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PREVIDÊNCIA
Projeto prevê redutor de até 30% na aposentadoria de servidor
Governo estuda diminuir
vencimentos de inativos
MARTA SALOMON
da Sucursal de Brasília
Proposta de emenda constitucional preparada pelo governo
para cobrir o rombo nas contas
públicas provocado pelo pagamento de aposentadorias de servidores prevê a redução de até
30% nos vencimentos dos inativos e pensionistas.
O texto da emenda constitucional também prevê a cobrança de
contribuição de inativos, recentemente recusada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), e impede
que os aposentados e pensionistas se beneficiem de aumentos salariais e vantagens concedidos aos
servidores em atividade.
A proposta está pronta há mais
de uma semana no Palácio do Planalto e é uma das alternativas do
governo para enfrentar a perspectiva de um déficit anual de cerca
de R$ 20 bilhões nas contas públicas da União e de mais R$ 18 bilhões nas contas dos Estados.
Outra alternativa analisada pelo
Planalto é a proposta de emenda
constitucional apresentada há
seis anos pelo deputado petista
Eduardo Jorge (SP) e que cria um
sistema único de aposentadoria
para servidores públicos, inclusive militares, e os trabalhadores da
iniciativa privada.
O teto do benefício seria unificado em R$ 1.255,32 e o cálculo da
aposentadoria dos servidores públicos também seria objeto da
aplicação do fator aprovado pela
Câmara para os aposentados da
iniciativa privada.
Ontem, o ministro da Previdência, Waldeck Ornélas, defendeu o
teto unificado, mas disse que o
governo optou por não levar uma
proposta fechada para a reunião
com 15 governadores (que representarão os demais 12), marcada
para sábado. Segundo Ornélas,
não há prazo definido para encerrar a discussão. ""Esse debate precisa de bases consensuais", disse.
O presidente Fernando Henrique Cardoso decidiu ouvir sugestões de governadores antes de definir a proposta do governo. FHC
busca apoio dos governadores
para tentar vencer a resistência de
sua base política no Congresso
contra mudanças estruturais na
previdência do setor público.
Na semana passada, os líderes
governistas se opuseram ao envio
imediato de nova emenda no
Congresso para cobrar contribuição dos inativos. Tampouco concordaram com o aumento da alíquota da contribuição dos servidores em atividade.
A proposta de aplicar um redutor de até 30% no valor das aposentadorias e pensões do setor
público foi incluída na versão da
emenda preparada para a reunião
de FHC com os líderes governistas. Remunerações maiores e funcionários com menos tempo de
serviço seriam alvos de índices
maiores de redução no salário.
A proposta, que foi recusada pelo Congresso na votação da reforma da Previdência, é uma nova
tentativa do governo de evitar que
os servidores se aposentem com
vencimentos integrais. O apoio
dos governadores é considerado
decisivo pelo governo porque a
maioria deles (16 Estados) já cobra contribuição dos inativos.
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