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PREVIDÊNCIA
Lei Kandir e extinção do FEF deverão ser discutidas amanhã
Governadores ampliam
pauta de reunião com FHC
da Agência Folha, da Reportagem Local e da Sucursal do Rio
Os governadores de oposição José Orcírio dos Santos, o Zeca do
PT (PT-MS), Ronaldo Lessa (PSB-AL) e Anthony Garotinho (PDT-RJ)
participarão amanhã da reunião
de governadores com o presidente Fernando Henrique Cardoso.
Zeca do PT ameaçava não participar do encontro se o tema se
restringisse à questão da Previdência. Segundo o petista, Albano Franco (PSDB-SE) lhe assegurou que a pauta do encontro será
mais ampla. Para Lessa (PSB), a
prioridade deve ser dada às reivindicações dos Estados.
O governador Albano Franco,
principal articulador do encontro
a pedido do ministro Pimenta da
Veiga (Comunicações), disse ontem à Agência Folha que a ocasião servirá também para tratar
de pendências do encontro na
Granja do Torto, em Brasília,
ocorrido em fevereiro último, e
da reunião dos governadores em
Aracaju, em julho.
Além da renegociação da dívida
de seus Estados, os governadores
devem pressionar o governo pela
extinção do FEF (Fundo de Estabilização Fiscal), pela revisão da
Lei Kandir, pela criação de medidas que viabilizem a criação de
institutos de Previdência próprios dos Estados e pelo adiantamento de recursos de privatizações, por meio do BNDES.
A extensão da agenda do encontro não foi uma reivindicação
exclusiva da oposição.
Segundo a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL-MA), ao convidá-la para a reunião de sábado, Pimenta da Veiga
afirmou que temas como responsabilidade fiscal e perdas provocadas pelo FEF seriam abordados.
A pefelista, que considera a discussão da Previdência importante devido a sua abrangência, é favorável à cobrança da contribuição dos inativos.
""Todos têm de contribuir, mas
o percentual deve ser estudado.
Talvez o ideal fosse chamar a sociedade civil para discutir o assunto por intermédio dos sindicatos", disse Roseana.
Na avaliação do governador do
Amazonas, Amazonino Mendes
(PFL), outros assuntos podem ser
tratados, mas a Previdência deve
ter prioridade.
""O ressarcimento das perdas é
importante, mas ele em si não
basta, se a estagnação econômica
e o déficit continuarem. E discutir
a Previdência é fundamental para
isso. A expectativa é que abordemos esse tema de maneira definitiva e não paliativa", afirmou.
Amazonino também se declarou a favor da cobrança dos inativos -""A não ser os demagogos,
quem no mundo pode ser contra?"- e elogiou a proposta que
estabeleceria uma Previdência
única para servidores e trabalhadores da iniciativa privada.
""Ela é interessantíssima, mas
precisa de reparos que levem em
conta as diferenças regionais e o
direito já adquirido."
O governador do Paraná, Jaime
Lerner (PFL), vai propor a aprovação de uma emenda para regulamentar a contribuição previdenciária dos servidores federais,
estaduais e municipais.
Lerner defende a cobrança previdenciária dos servidores inativos. Para ele, os Estados dependem desses recursos.
Jarbas Vasconcelos (PMDB), de
Pernambuco, não quer saber de
misturar as discussões, quer somente debater a questão previdenciária.
Almir Gabriel (PSDB), do Pará,
pretende discutir outros temas
durante o encontro. De acordo
com ele, se a situação previdenciária atual for mantida, o déficit
do setor público acabará "jogando fora todo o esforço de estabilização econômica".
O governador baiano, César
Borges (PFL), também defende a
contribuição dos inativos.
O governador petista Olívio
Dutra (Rio Grande do Sul) não
irá participar do encontro.
Ele admite que os inativos contribuam para a Previdência, mas
entende que, paralelamente a isso, eles devem receber os mesmos
vencimentos percebidos pelos
servidores da ativa. Itamar Franco (PMDB-MG) também não irá
a Brasília.
Garotinho disse que vai propor
ao presidente Fernando Henrique Cardoso que o governo federal ajude os Estados a formar os
fundos de previdência dos seus
servidores.
Segundo Garotinho, no caso do
Rio de Janeiro, o governo federal
tem condições de atender a essa
proposta.
Uma das alternativas, segundo
ele, é o uso dos rendimentos dos
cerca de R$ 4,5 bilhões que estão
depositados na CEF (Caixa Econômica Federal) para cobrir déficit do fundo de pensão dos empregados do antigo Banerj (Banco do Estado do Rio de Janeiro)
para capitalizar o fundo de pensão de todos os servidores do Estado.
Garotinho disse que tem outras
alternativas, mas que prefere
apresentá-las diretamente ao presidente, amanhã. Ele disse também que vai a Brasília mais para
ouvir que para falar. ""Quem convida é quem fala."
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