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Procuradoria do AC
faz cinco denúncias
ABNOR GONDIM
da Sucursal de Brasília
O Ministério Público Federal no
Acre apresentou à Justiça cinco
denúncias contra o deputado federal cassado Hildebrando Pascoal e mais nove pessoas acusadas
de assassinatos e narcotráfico no
Estado. As penas podem chegar a
70 anos de prisão.
O juiz federal Pedro Francisco
da Silva recebeu anteontem pedidos de prisão de seis traficantes de
Rio Branco e de renovação por
mais 30 dias da prisão temporária
de Hildebrando e de outras 27
pessoas do Acre. Elas estão presas
em Brasília desde o último dia 25.
As duas principais denúncias
apontam Hildebrando e seis supostos cúmplices como responsáveis pelo assassinato, em 1997, de
duas testemunhas que iriam depor contra eles em subcomissão
criada pelo Ministério da Justiça
para investigar as acusações contra o ex-deputado.
Hildebrando está preso desde
sua cassação e nega envolvimento
em assassinatos.
As três outras denúncias contra
Hildebrando envolvem: crime financeiro e sonegação fiscal por
movimentação de conta bancária
aberta em nome de um empregado dele; crime eleitoral por não
fornecer material de propaganda
na véspera da eleição de 98; e porte ilegal de armas.
O delegado José Walter Ayala e
o policial militar Sebastião Crispim da Silva foram mortos em setembro de 1997 nos dias em que
iriam depor em uma subcomissão do CDDPH (Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana).
Esses assassinatos contribuíram
para retardar as investigações sobre Hildebrando em cerca de dois
anos, segundo procuradores da
República responsáveis pelas denúncias.
Os homicídios foram considerados crimes federais por terem
ferido legislação do CDDPH que
prevê penas a quem atrapalhar investigações do conselho.
Entre os acusados como cúmplices dos assassinatos consta o
nome de Alexandre Alves da Silva, o "Nin" , irmão do deputado
José Aleksandro da Silva (PFL-AC), que assumiu no último dia
24 a vaga aberta com a cassação
de Hildebrando.
Além do irmão do deputado,
são acusadas dos assassinatos outras três pessoas que estão presas
em Brasília com o ex-deputado.
Em Campinas
A Polícia Federal começa hoje
afazer um levantamento dos principais hotéis de luxo de Campinas
(99 km de São Paulo) para investigar as denúncias do motorista
Jorge Méres Alves à CPI do Narcotráfico.
Ele declarou à comissão que a
suposta quadrilha formada pelo
empresário campineiro Willian
Walder Sozza, o deputado federal
Augusto Farias (PPB) e Hildebrando se reunia em hotéis da cidade. A quadrilha seria especializada em roubo de cargas e tráfico
de drogas.
Farias nega ter envolvimento
com crimes. Sozza é filiado e presidente do PRTB em Campinas, o
mesmo partido do ex-presidente
Fernando Collor de Mello -de
quem Paulo César Farias, irmão
de Augusto, foi tesoureiro.
A PF também tenta localizar o
local onde a quadrilha, que seria
liderada pelo empresário campineiro, supostamente usava para
descartar cargas roubadas de remédios, que não podiam ser vendidas por ser amostras grátis.
Segundo o motorista, Campinas seria um dos "braços" da quadrilha. Ele disse à CPI que participou de diversos despejos de cargas em Campinas.
Alves afirmou também que poderia localizar as áreas onde eram
despejadas as cargas roubadas.
""A PF deve vasculhar o local para verificar vestígios de remédios", disse o presidente da CPI,
deputado Magno Malta (PPB).
O advogado de Sozza, Artur Eugênio Matias, disse ontem que ""as
denúncias do motorista são fantasiosas e ele estaria tentando acobertar alguém".
Colaborou Maurício Simionato,
da Folha Campinas
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