São Paulo, sexta-feira, 15 de outubro de 2004

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HISTÓRIA OFICIAL

Ex-presidente do Supremo diz que omissão foi vingança do governo Lula, que credita erro a funcionária

Site do Planalto omite que Corrêa foi do STF

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Palácio do Planalto omitiu por meses o nome do ministro Maurício Corrêa da lista de presidentes do STF (Supremo Tribunal Federal) divulgada em sua página na internet (www.planalto.gov.br). Corrêa classificou a "omissão" de vingança do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
O ex-presidente do STF teve vários conflitos com o presidente Lula nos 11 meses em que esteve na presidência do tribunal. O mal-estar durou praticamente todo o seu mandato, de junho de 2003 a maio de 2004, quando ele se aposentou.
A Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), que coloca a página no ar, atribuiu a omissão a uma falha da funcionária da biblioteca do Planalto que faz as informações históricas do site, como a relação de ex-presidentes da República, de tribunais, da Câmara dos Deputados e do Senado.
No quadro de ex-presidentes do STF, o Planalto informava até o início da tarde de ontem que Marco Aurélio de Mello ficou três anos no comando do tribunal e foi sucedido por Nelson Jobim, o atual presidente. Marco Aurélio ocupou a vaga por dois anos, o período normal do mandato.
Ainda de acordo com a Secom, desde maio que o nome de Corrêa não aparece na lista. O erro foi corrigido pouco depois de o site "Consultor Jurídico" publicar reportagem sobre o fato, com queixas de Corrêa, para quem houve a intenção de excluí-lo por desejo de vingança. O governo alega que desde ontem percebeu o erro e que iria corrigi-lo.
"O governo pode até ignorar a minha passagem pelo STF por uma questão pessoal, mas a história jamais vai esquecer", disse. Segundo Corrêa, o Palácio do Planalto agiu dessa forma por uma "questão de vingança".

Saia justa na posse
Os atritos com Lula começaram na posse de Maurício Corrêa na presidência do STF, em junho de 2003, quando ele conclamou os juízes a se mobilizarem contra a reforma da Previdência, para garantir a aposentadoria integral. Lula estava presente, mas não tinha direito de falar.
Em seguida, Corrêa fez ataques ao governo. Disse, por exemplo, que o governo "comete certos impropérios" que depois precisariam ser corrigidos pelo ministro José Dirceu (Casa Civil).
Logo após deixar o STF, Corrêa voltou a criticar o governo, a quem acusou de não permitir, por conveniência, a criação das CPIs dos casos Waldomiro Diniz e Santo André. (SILVANA DE FREITAS)


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