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HISTÓRIA OFICIAL
Ex-presidente do Supremo diz que omissão foi vingança do governo Lula, que credita erro a funcionária
Site do Planalto omite que Corrêa foi do STF
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Palácio do Planalto omitiu
por meses o nome do ministro
Maurício Corrêa da lista de presidentes do STF (Supremo Tribunal Federal) divulgada em sua página na internet (www.planalto.gov.br). Corrêa classificou a
"omissão" de vingança do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
O ex-presidente do STF teve vários conflitos com o presidente
Lula nos 11 meses em que esteve
na presidência do tribunal. O
mal-estar durou praticamente todo o seu mandato, de junho de
2003 a maio de 2004, quando ele
se aposentou.
A Secretaria de Comunicação
da Presidência (Secom), que coloca a página no ar, atribuiu a omissão a uma falha da funcionária da
biblioteca do Planalto que faz as
informações históricas do site, como a relação de ex-presidentes da
República, de tribunais, da Câmara dos Deputados e do Senado.
No quadro de ex-presidentes do
STF, o Planalto informava até o
início da tarde de ontem que Marco Aurélio de Mello ficou três
anos no comando do tribunal e
foi sucedido por Nelson Jobim, o
atual presidente. Marco Aurélio
ocupou a vaga por dois anos, o
período normal do mandato.
Ainda de acordo com a Secom,
desde maio que o nome de Corrêa
não aparece na lista. O erro foi
corrigido pouco depois de o site
"Consultor Jurídico" publicar reportagem sobre o fato, com queixas de Corrêa, para quem houve a
intenção de excluí-lo por desejo
de vingança. O governo alega que
desde ontem percebeu o erro e
que iria corrigi-lo.
"O governo pode até ignorar a
minha passagem pelo STF por
uma questão pessoal, mas a história jamais vai esquecer", disse. Segundo Corrêa, o Palácio do Planalto agiu dessa forma por uma
"questão de vingança".
Saia justa na posse
Os atritos com Lula começaram
na posse de Maurício Corrêa na
presidência do STF, em junho de
2003, quando ele conclamou os
juízes a se mobilizarem contra a
reforma da Previdência, para garantir a aposentadoria integral.
Lula estava presente, mas não tinha direito de falar.
Em seguida, Corrêa fez ataques
ao governo. Disse, por exemplo,
que o governo "comete certos impropérios" que depois precisariam ser corrigidos pelo ministro
José Dirceu (Casa Civil).
Logo após deixar o STF, Corrêa
voltou a criticar o governo, a
quem acusou de não permitir, por
conveniência, a criação das CPIs
dos casos Waldomiro Diniz e
Santo André.
(SILVANA DE FREITAS)
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