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Para STJ, reforma do Judiciário é só um esparadrapo
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, NA COSTA DO SAUÍPE (BA)
O presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro Edson Vidigal, disse ontem que a reforma do Judiciário que tramita no Congresso
"é apenas esparadrapo em cima de uma ferida enorme".
Segundo o ministro, que participa de um encontro de juízes
federais na Costa do Sauípe (litoral norte de Salvador), a reforma não ataca os pontos fundamentais para sanar a falta de
celeridade na tramitação dos
processos.
"A reforma do Judiciário não
vai se realizar apenas com reformas constitucionais. Mas
não podemos rejeitar, algumas
coisas são interessantes, são
bem-vindas, como a criação da
Escola Nacional da Magistratura, o chamado "controle externo", para dar governabilidade
ao Poder."
Vidigal acrescentou que é
preciso desburocratizar os tribunais e treinar os servidores.
Ele lembrou que, em São Paulo,
há juízes que usam máquina de
escrever e decisões demoram
"10, 12, 15 anos" para transitar
em julgado.
Para o presidente do STJ, os
problemas do Judiciário não
ocorrem apenas pela falta de
juízes. "É toda uma engrenagem que precisa ser alterada."
O presidente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais), Jorge Maurique, defendeu o projeto para tirar o Judiciário brasileiro "do início do século passado". No entanto, Maurique
lembrou que apenas medidas
legislativas não são suficientes,
e falou que é preciso que se deixe de "usar o Judiciário como
instrumento de rolagem de
suas dívidas".
Vidigal também defendeu a
implantação das Varas Agrárias, medida criticada pela
UDR (União Democrática Ruralista) e por juízes estaduais.
"Pretendemos criar cargos de
juízes federais para que esses
magistrados possam atuar tão
logo ocorra o conflito", disse
Carlos Velloso, do STF (Supremo Tribunal Federal).
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