|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
SABATINA FOLHA
GILBERTO KASSAB
"Quebra a cara quem apostar que vou me afastar do PSDB"
"Seria falta de inteligência política eu ficar aqui acenando com mudanças", diz prefeito
Marcelo Justo/Folha Imagem
|
|
O prefeito e candidato à reeleição Gilberto Kassab (DEM) na sabatina promovida pela Folha no shopping Pátio Higienópolis
NUM MOMENTO da cobiça de aliados por
cargos, o prefeito Gilberto Kassab (DEM)
disse ontem, em sabatina realizada pela
Folha, que "quebra a cara quem apostar" num afastamento do PSDB do governo, caso seja reeleito. Apoiado em amplo arco de aliança, Kassab reafirmou a disposição de manter a atual equipe.
"Seria uma falta de inteligência política eu ficar aqui
acenando com mudanças muito expressivas no governo". Ele se recusou a responder se apoiaria a candidatura de Geraldo Alckmin ao governo em 2010.
Em uma hora e meia de entrevista, pontuada por alfinetadas em Marta Suplicy (PT), Kassab respondeu
a perguntas dos jornalistas Ricardo Melo (secretário-assistente de Redação), Vera Guimarães Martins (secretária-assistente de Redação), Fernando
de Barros e Silva (editor de Brasil) e Gilberto Dimenstein (colunista), da platéia e de internautas.
DA REPORTAGEM LOCAL
Kassab descartou a hipótese
de redução do tamanho do
PSDB em sua administração,
caso se reeleja. "Posso lhe afirmar que vai quebrar a cara
quem apostar que eu vou me
afastar do PSDB."
Lembrando que seu governo
tem 61% de aprovação, ele alegou que é " uma gestão que, pela sua excelência, está dando
uma grande chance de vitória".
"Seria uma falta de inteligência política ficar aqui acenando
com mudanças muito expressivas no governo", concluiu.
Segundo ele, "as mudanças
que acontecerão serão rotineiras". "Falar em mudanças aqui
significaria negar que será um
governo de continuidade, e será
um governo de continuidade."
"Não tem por que fazer qualquer alteração. Seria até falta
de respeito com a cidade, que,
caso se confirmem as pesquisas, está me elegendo por conta
da avaliação que faz da gestão."
Quércia
Embora a aliança com o
PMDB tenha sido fundamental
para ampliação do tempo de
Kassab na TV, o prefeito disse
que o acordo com o partido se
refere a 2010, quando o DEM
apoiará a candidatura do ex-governador Orestes Quércia ao
Senado, numa aliança pela eleição de José Serra à Presidência.
"Fizemos um acordo muito
transparente no qual, se não tivesse a aliança com o PSDB, o
PMDB indicaria o vice, e indicou a Alda Marco Antônio. E na
eleição de 2010, se estivermos
juntos, vamos dar a vaga para o
Senado que seria do Democratas ao PMDB."
Segundo o prefeito, o PMDB
não exigiu participação no governo. "Em nenhum momento.
Quero fazer justiça ao ex-governador Quércia, que coordenou essas conversas."
Kassab afirmou que, "seja
com o PMDB ou qualquer aliado", "a expectativa é que continue sendo um bom prefeito".
Incitado a dar uma nota ao
governo Quércia, afirmou: "Como toda administração, teve
seus altos e baixos. Vou registrar um ponto alto. Depois do
governador José Serra, foi o
que mais metrô fez na cidade".
Alckmin
Quatro horas depois de receber o apoio de Geraldo Alckmin
-que o chamara até de dissimulado-, Kassab minimizou
os ataques desferidos pelo tucano no primeiro turno.
"São divergências totalmente superadas no campo administrativo e no campo político
porque não foram graves no
campo moral."
O prefeito, no entanto, evitou
responder se apoiaria a candidatura de Alckmin ao governo
em 2010. "Temos uma aliança
aqui em São Paulo. E essa aliança tem um líder, que é José Serra. Caberá a ele coordenar o
processo sucessório", desconversou. "Então, nós já nos antecipamos e evidentemente estaremos aguardando no momento certo a definição do governador. Ele é o governador e ele vai
definir a sucessão."
Questionado sobre o que
acha da hipótese, afirmou "as
circunstâncias serão políticas".
"Não dá para saber. É muito difícil analisar 2010 sem concluir
2008", alegou o prefeito.
Kassab nem sequer quis responder se considera que Alckmin foi um bom governador.
"A questão vai ser muito mais
política do que administrativa".
Ele não quis dizer se Alckmin
saiu com o capital eleitoral menor dessa disputa.
Erundina
Kassab provocou protestos
na platéia ao justificar o apoio a
Paulo Maluf (PP) para a prefeitura, em 1996. Ele alegou que
Erundina não fora boa prefeita.
"Apoiei para prefeito e não me
arrependo. A ex-prefeita Luiza
Erundina não foi uma boa prefeita, não fez um bom governo e
ele na época era a alternativa",
argumentou. Na saída, após ser
repreendido por uma eleitora,
Kassab se retratou afirmando
que Erundina fora boa prefeita.
Mas disse que o PT prejudicou
seu governo. "Tanto que ela
saiu do PT."
Ainda na sabatina, Kassab
afirmou que, se voltasse no
tempo, não teria se aliado a Maluf ou a Celso Pitta.
"Depois de ter tomado conhecimento dos equívocos que
ele [Pitta] cometeu na vida pública, e eles são claros, é evidente que eu não estaria ao seu lado. Evidentemente, se voltássemos no tempo e eu tivesse as
informações que tivemos depois, eu jamais votaria no Pitta,
assim como no Maluf."
"Se voltasse no tempo, eu jamais seria companheiro do
Paulo Maluf e do Celso Pitta."
Mandato
Kassab disse que não sairá do
governo. "Ficaria os quatro
anos no governo. Não tenho
biografia para me afastar da
Prefeitura de São Paulo na minha primeira eleição a cargo
majoritário", afirmou.
Lula
Kassab voltou a expor divergência com o DEM ao incluir o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva entre "grandes políticos
brasileiros". Reafirmou a admiração pelo petista. "Eu citei Lula, Serra e Fernando Henrique.
E citaria de novo."
Texto Anterior: Painel Próximo Texto: Frases Índice
|