São Paulo, quarta-feira, 15 de outubro de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO

Questionado, Kassab diz que não é homossexual

Prefeito critica "insinuação maldosa" da campanha da petista Marta Suplicy e, bem- humorado, diz que "tem um monte de mulher querendo casar comigo"

Prefeito diz lamentar o nível que sua adversária tentou imprimir no segundo turno e atribui a nova estratégia do PT ao "medo de perder"


DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito e candidato Gilberto Kassab (DEM) iniciou e terminou a sabatina respondendo ao mesmo tema: sua vida pessoal. O assunto veio à tona depois que a campanha petista veiculou propaganda perguntando, entre outras coisas, se Kassab é casado e tem filhos.
"Uma insinuação maldosa, evidentemente, mas que isolou a candidata [Marta Suplicy, do PT] e sua equipe, até porque está muito clara essa falta de respeito", disse Kassab. "[Tenho que] lamentar o nível que minha adversária em sua campanha tentou imprimir nesse segundo turno. A discussão que deveria se travar [é] em torno de propostas para a cidade de São Paulo", afirmou Kassab logo na primeira pergunta.
À última, vinda da platéia, que questionou se ele é homossexual, Kassab respondeu "não". Chegou a brincar dizendo: "Tem um monte de mulher querendo casar comigo agora".
O prefeito disse que sua vida pessoal não lhe traz constrangimentos. "O que está em análise é essa campanha baixar o nível e tentar fazer insinuações maldosas, falsas, levianas e, com isso, confundir o eleitor."
Confrontado com a afirmação da ex-prefeita que, na sabatina da segunda-feira, disse desconhecer a peça publicitária, Kassab disse não acreditar.
"Até porque, se ela não sabia quais as propostas que estão sendo levadas à opinião pública, ela não está preparada para ser candidata." Entre as motivações, Kassab afirmou que está o "medo de perder".
O assunto abriu a série de críticas à petista, que incluíram pedágio urbano, Lei Cidade Limpa e até o presidente Lula.

Cidade Limpa
Questionado sobre a proposta de Marta de permitir a identificação diferenciada a templos religiosos na Lei Cidade Limpa, Kassab disse que o tema está em análise. "A ex-prefeita, se ela não sabe, está mal informada. Isso está sendo discutido há muito tempo no governo."

Pedágio urbano
Ao falar sobre proposta de seu governo que criaria, segundo Marta, o pedágio urbano, Kassab disse que pediu a retirada do tópico do projeto, proposto pela pasta ambiental. "Nossa gestão como um todo é contra o pedágio urbano. E foi retirado. [Marta] quis apenas fazer uma afirmação para sair na televisão e, depois, ela colocar no programa. Falta de respeito com o eleitor. Sou contra o pedágio urbano. Enquanto eu for prefeito, não haverá pedágio porque não é justo socialmente." Ele disse ser contrário à ampliação do rodízio e a favor da redução das vagas da zona azul, aumentando parcerias para construir garagens.

Metrô
Kassab chamou de "leviana" a afirmação de Marta de que a cidade terá, caso seja eleita, linhas de metrô com apoio do governo federal. "É uma leviandade, é uma falta de respeito com o presidente Lula. O Lula nem sabe [dessa afirmação de Marta]", disse. "O presidente tem sido parceiro da cidade. Afirmo com tranqüilidade que, se o presidente Lula tem condições de investir algo no metrô, vai investir indiferentemente de quem for o prefeito. Assim como o Serra. Ele está me apoiando no segundo turno, o PSDB é nosso aliado, só falta alguém achar que ele vai deixar de investir na cidade se a Marta ganhar as eleições."

Taxa de lixo
Sobre a proposta petista de devolver a taxa de lixo referente a 2005, Kassab não prometeu o mesmo. "O Orçamento já foi encaminhado para a Câmara e ela [Marta] precisaria apontar que investimentos ela vai cortar com essa infeliz proposta do Orçamento, R$ 700 milhões é muito dinheiro."

Caixa
Sobre a acusação de que deixa recursos em caixa, respondeu: "Ela [Marta] quer que a gente comece obra sem ter recurso em caixa. Vamos transferir R$ 1 bilhão para o metrô, como ela quer que a gente pague esse dinheiro? Quer que a gente entre no cheque especial? Temos responsabilidade. Faltou responsabilidade na sua gestão. Ela deixou a cidade quebrada." (ANA FLOR e CÁTIA SEABRA)


Assista ao vídeo da sabatina
www.folha.com.br/082883



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