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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
Justiça veta publicidade do PT sobre a vida pessoal de Kassab
Prefeito paulistano obteve ainda o direito de resposta de um minuto no rádio
Justiça manda apreender folheto em comitê de Marta que diz que "Kassab quer derrubar" Lula e reduziu "o pré-natal da gestante negra"
DA REPORTAGEM LOCAL
A Justiça Eleitoral acolheu
pedido da campanha do prefeito Gilberto Kassab (DEM) para
proibir a candidata Marta Suplicy (PT) de veicular propagandas que tratam da vida pessoal, segundo a sentença, com
"questionamentos vagos, fugindo do direito de crítica político-administrativa".
Kassab ganhou um minuto
de direito de resposta no rádio.
A propaganda já estava fora do
ar ontem. Já Marta fez representação dizendo que Kassab
colocou ofensas pessoais contra ela em seu site. A campanha
do DEM diz que os comentários eram de internautas e que
foram retirados do ar.
Ainda ontem, a Justiça determinou busca e apreensão em
comitês eleitorais do PT para
recolher panfletos da campanha petista que dizem que
"Kassab e seus aliados querem
derrubar o presidente da República, espalham ódio contra o
seu governo", além de dizer que
a atual gestão reduziu o "pré-natal da gestante negra".
A tiragem do panfleto é de
500 mil e cerca de 25% já foram
distribuídos, segundo a Folha
apurou. Em nota, a coordenação de campanha de Marta
afirmou que "Kassab não desmente quaisquer dos fatos
mencionados, mas se desespera contra um jornal que leva essas verdades ao eleitor".
Marta disse ontem que os dados sobre as gestantes são índices. "Não vejo por que processar criminalmente alguém por
ter dito índices, índices que estão lá publicados pela própria
Secretaria de Saúde."
Sobre a afirmação de que
Kassab quer "derrubar" Lula,
disse: "Deus me livre, não sabia
disso, não". Segundo os advogados de Kassab, a propaganda
é "mentirosa" e "criminosa",
"na medida em que atribui uma
política pública racista".
Na decisão sobre a propaganda eleitoral gratuita, a Justiça
mandou retirar do ar a peça em
que o locutor indaga se o candidato Kassab já teve problemas
com a Justiça, se melhorou de
vida depois da política e se é casado e tem filhos. A campanha
do PT diz ter pesquisa mostrando que a propaganda deu
resultado na periferia.
Segundo a sentença "os
questionamentos feitos na propaganda, de modo subliminar,
trazem no seu âmago a indagação proposital e depreciativa
que, indiscutivelmente, ofende
a honra subjetiva do candidato
por levantar a suspeita quanto
ao seu caráter e sua conduta".
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