|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRF exclui Yeda de ação de improbidade
Ministério Público acusa tucana de receber recursos provenientes de empresas envolvidas em fraude no Detran gaúcho; ela nega
Procuradoria afirma que vai recorrer; tucana espera que processo de impeachment contra ela seja arquivado pela Assembleia na terça
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
A 4ª turma do TRF (Tribunal
Regional Federal) da 4ª Região
excluiu a governadora do Rio
Grande do Sul, Yeda Crusius
(PSDB), da ação de improbidade administrativa movida em
agosto pela Procuradoria contra nove pessoas acusadas de
comandar desvio de R$ 44 milhões no Detran-RS (Departamento Estadual de Trânsito).
Por unanimidade, o TRF-4
acolheu recurso da defesa da
tucana que argumentava que
Yeda não podia ser alvo de ação
de improbidade na primeira
instância da Justiça Federal,
mas sim responder à acusação
de crime de responsabilidade
na Assembleia Legislativa.
Por meio de assessoria, o Ministério Público Federal informou que recorrerá ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) para tentar reverter a exclusão da
governadora da ação.
A decisão de ontem é mais
uma vitória judicial e política
da governadora. A juíza federal
Simone Barbisan Fortes já havia recusado pedido do Ministério Público Federal para afastá-la do cargo.
Acusação
Na ação de improbidade, a
Procuradoria acusou a governadora de receber recursos
provenientes de lobistas e empresas subcontratadas pelo Detran gaúcho. Yeda sempre negou a acusação e afirma ter sido
vítima de um "circo político".
"A atuação do MPF nesse caso teve natureza política. A descrição das condutas [atribuídas
a Yeda na ação] é ambígua e difusa. O foro adequado para alegação de crime de responsabilidade é a Assembleia Legislativa", disse o advogado da tucana,
Fábio Medina Osório.
A vitória de Yeda no TRF se
dá no mesmo momento em que
há indicações de que a Assembleia vai arquivar o processo de
impeachment movido contra
ela por sindicalistas.
Na semana passada, comissão especial da Assembleia
aprovou relatório da também
tucana Zilá Breitenbach que
pede o arquivamento do processo de impeachment por falta de "justa causa".
O relatório aprovado deve ser
votado na próxima terça-feira
pelo plenário da Assembleia,
onde Yeda conta com apoio de
33 dos 55 deputados.
Em nota, o PT declarou que a
decisão do TRF "não significa a
absolvição" da governadora e
que a "avalanche de denúncias"
contra a cúpula do governo deve ser apurada pela comissão
especial do impeachment e pela CPI em curso na Assembleia.
Desbloqueio
A sessão de ontem do TRF-4
resultou em vitórias de acusados na fraude do Detran.
O tribunal também decidiu
desbloquear os bens do deputado federal José Otávio Germano (PP) e do deputado estadual
Luiz Fernando Záchia
(PMDB), ex-chefe da Casa Civil
da governadora tucana.
Na decisão do desbloqueio, o
relator Sérgio Renato Tejada
Garcia considerou "tênues" as
acusações contra os deputados.
Germano é apontado como
um dos líderes da fraude no Detran, e Záchia teria recebido dinheiro do esquema. Os dois negam as irregularidades apontadas. O TRF também autorizou
o ex-presidente do TCE (Tribunal de Contas do Estado) gaúcho, João Luiz Vargas, a requerer aposentadoria.
Texto Anterior: Toda Mídia - Nelson de Sá: Vaivém golpista Próximo Texto: Mato Grosso: Blairo revê seus planos e cogita Senado em 2010 Índice
|