HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

A Confiança Factoring, empresa do ex-policial civil João Arcanjo Ribeiro, 52, usada em esquema de lavagem de dinheiro, pagava as contas da Assembléia Legislativa de Mato Grosso, segundo nota do deputado José Geraldo Riva (PTB), presidente da Casa.
Riva divulgou a informação ontem para contestar decisão da Justiça Federal que mandou que ele e o deputado Humberto Bosaipo (sem partido), ex-presidente da Assembléia, devolvam R$ 15,4 milhões à Confiança.
Essa quantia corresponde a 22 notas promissórias assinadas pelos dois deputados e apreendidas na empresa de Arcanjo em dezembro passado. Preso desde abril no Uruguai por uso de documento falso e acusado no Brasil de liderar o crime organizado, Arcanjo está com os bens indisponíveis por decisão da Justiça.
Anteontem, a Justiça Federal decidiu que os deputados devem quitar as promissórias porque a quantia de R$ 15,4 milhões faz parte do patrimônio de Arcanjo.
Segundo Riva, as notas não correspondem a empréstimos tomados por eles. Os dois teriam assinado as notas "como garantia" para que a Confiança pagasse fornecedores e prestadores de serviços da Assembléia Legislativa.
Oficiais da Justiça tentavam notificar ontem Riva sobre a decisão que os manda devolver o dinheiro em 24 horas. O juiz Sebastião Julier da Silva disse que Riva evitou os oficiais e houve até perseguição no trânsito.
A assessoria de Riva informou que o deputado viajou para o interior. Bosaipo está há quatro meses de licença e não foi localizado.


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