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Rivais há 20 anos, Collor e Lula se aliam
RODRIGO VIZEU
DA AGÊNCIA FOLHA
JOÃO PAULO GONDIM
COLABORAÇÃO PARA A
AGÊNCIA FOLHA
Passados exatos 20 anos
do primeiro turno da eleição presidencial de 1989, a
trajetória de alguns dos
principais personagens
mostra o que mudou no
cenário político brasileiro.
Fernando Collor, então
no PRN, foi ao segundo
turno com Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem
derrotou em 17 de dezembro numa disputa que teve
lances de golpe baixo.
Collor chegou a exibir
na TV Miriam Cordeiro,
ex-namorada de Lula, dizendo que o petista lhe
ofereceu dinheiro para
abortar. Hoje senador pelo
PTB, Collor é da base da
apoio do presidente Lula.
"Três personagens importantes continuam em
cena: Lula, Collor e [o então presidente José] Sarney. Lula era contra os outros dois e os dois candidatos eram contra Sarney.
Hoje os três estão juntos",
resume Fernando Gabeira
(PV-RJ), também candidato em 1989.
O empresariado, que
hoje tem boa relação com
o presidente, temia o radicalismo petista e preferia a
plataforma liberal de Collor e Guilherme Afif Domingos (PL). "Com sua
barba comprida à la Fidel,
Lula inspirava medo", diz
Paulo Maluf (PP-SP).
O marketing político engatinhava. Affonso Camargo, então no PTB, usava o humorista Tião Macalé no horário eleitoral.
A desorganização das
campanhas também existia na legislação eleitoral.
Temido pelos líderes nas
pesquisas por sua popularidade, o apresentador Silvio Santos entrou na disputa a 15 dias da votação.
Ele criou uma versão eleitoral da música "Silvio
Santos vem aí". A candidatura foi impugnada às vésperas da eleição.
Nanicos
Zamir Teixeira, PG e
Manoel Horta, entre outros -a profusão de candidatos encheu a campanha
de desconhecidos. Um dos
mais bem colocados foi Alcides Marronzinho, com o
13º lugar. Pastor evangélico, foi preso em 2007 por
desacatar um juiz, um delegado e um prefeito no interior de São Paulo.
Lívia Maria, única mulher candidata em 1989,
sonha em voltar a ser candidata em 2014, já que não
conseguiu reunir assinaturas para criar uma nova
legenda e concorrer no
ano que vem. "Foi uma
tristeza imensurável saber
que não vou disputar em
2010", afirma ela.
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