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QUESTÃO INDÍGENA
Líderes fazem denúncia ao presidente da Funai
Índios alertam para risco de conflito com brancos no Xingu
da Agência Folha, no Xingu
Líderes indígenas caiabis, suiás e
jurunas denunciaram ao presidente da Funai, Sulivan Silvestre, o risco iminente de conflitos armados
em vários pontos do Parque Indígena do Xingu, em Mato Grosso.
A reunião, iniciada na sexta no
posto Diauarum, norte do parque,
foi exigida pelos índios após a detenção, por oito dias, de oito pescadores amadores que invadiram
o parque há duas semanas. Eles foram soltos no último domingo.
Cerca de 400 índios, pintados para a guerra e empunhando bordunas, arcos e flechas, cobraram duramente do presidente da Funai a
criação de três postos de vigilância
e recursos para a manutenção dos
nove já existentes. Os índios querem conter constantes invasões de
pescadores e caçadores.
O líder Ararapã Trumai chegou a
afirmar que Silvestre só poderia
sair da área quando houvesse uma
solução definitiva para o caso. O
presidente da Funai dormiu na
área e deveria retomar a reunião
hoje, com as respostas do órgão.
Guerreiros caiabis, por meio do
líder Iumunuk Caiabi, disseram ao
presidente da Funai que a situação
pode se agravar caso não sejam tomadas providências. "Branco vai
morrer e índio vai morrer", disse.
O chefe do posto de vigilância no
rio Ronuro, Ataqui Ikpeng, disse
que já foi ameaçado de morte quatro vezes por pescadores profissionais. "Vai haver coisa mais séria, e
a Funai não vai conseguir desenlaçar", disse Ikpeng.
O presidente da Funai foi a
Diauarum com a proteção de dez
técnicos operacionais, alguns armados.
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