São Paulo, domingo, 15 de novembro de 1998

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QUESTÃO INDÍGENA
Líderes fazem denúncia ao presidente da Funai
Índios alertam para risco de conflito com brancos no Xingu

da Agência Folha, no Xingu

Líderes indígenas caiabis, suiás e jurunas denunciaram ao presidente da Funai, Sulivan Silvestre, o risco iminente de conflitos armados em vários pontos do Parque Indígena do Xingu, em Mato Grosso.
A reunião, iniciada na sexta no posto Diauarum, norte do parque, foi exigida pelos índios após a detenção, por oito dias, de oito pescadores amadores que invadiram o parque há duas semanas. Eles foram soltos no último domingo.
Cerca de 400 índios, pintados para a guerra e empunhando bordunas, arcos e flechas, cobraram duramente do presidente da Funai a criação de três postos de vigilância e recursos para a manutenção dos nove já existentes. Os índios querem conter constantes invasões de pescadores e caçadores.
O líder Ararapã Trumai chegou a afirmar que Silvestre só poderia sair da área quando houvesse uma solução definitiva para o caso. O presidente da Funai dormiu na área e deveria retomar a reunião hoje, com as respostas do órgão.
Guerreiros caiabis, por meio do líder Iumunuk Caiabi, disseram ao presidente da Funai que a situação pode se agravar caso não sejam tomadas providências. "Branco vai morrer e índio vai morrer", disse.
O chefe do posto de vigilância no rio Ronuro, Ataqui Ikpeng, disse que já foi ameaçado de morte quatro vezes por pescadores profissionais. "Vai haver coisa mais séria, e a Funai não vai conseguir desenlaçar", disse Ikpeng.
O presidente da Funai foi a Diauarum com a proteção de dez técnicos operacionais, alguns armados.



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