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CASAMENTO EM CRISE
Presidente do PMDB diz que coligação só resiste se PSDB não tiver candidato, cenário que julga improvável
Roseana inviabiliza a aliança, diz Temer
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
O presidente nacional do
PMDB, deputado federal Michel
Temer (SP), avalia que o crescimento da pré-candidatura da governadora Roseana Sarney (PFL-MA) inviabiliza a manutenção da
aliança governista para 2002.
"Essa é uma realidade incontestável", afirmou . Segundo ele, a
coligação só poderá ser mantida
"se o PSDB decidir apoiar Roseana, o que é improvável", disse. "O
PMDB, mesmo, está em busca da
candidatura própria."
Temer fez as declarações em Recife, pouco antes do casamento de
Sheyla Nogueira Oliveira, 25 -filha do deputado federal e líder do
PFL na Câmara, Inocêncio de Oliveira-, com o advogado Fabiano
Laluce, 25. Segundo ele, o assunto
até já foi tema de conversa entre
ele e o presidente do PFL, Jorge
Bornhausen. "Eu disse a ele que a
tendência agora é cada partido
lançar seu próprio candidato e
deixar uma eventual aliança para
o segundo turno."
Temer afirma que a existência
de vários candidatos poderia até
favorecer a formação de uma
aliança no segundo turno, eventualmente contra o líder petista
Luiz Inácio Lula da Silva.
Para ele, as campanhas podem
ocorrer sem desgaste entre os partidos, desde que se estabeleça "um
pacto de natureza programática".
"Se cada um defender o seu programa, não haverá agressões numa eventual coligação. Acho que
os candidatos conseguiriam fazer
uma campanha civilizada."
Jarbas Vasconcelos
O governador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) disse que ainda
acredita em um entendimento na
base governista, mas afirmou que,
"quando uma candidatura como
a de Roseana cresce, em vez de facilitar as coisas, dificulta".
"Ninguém pode mais sentar à
mesa querendo vetar Roseana. Fica difícil, muito difícil. O PFL vai
ter de ter grandeza para entender
esse momento e ver se é capaz
ainda de fazer um entendimento,
sacrificando a candidatura dela
em torno de outro nome."
Para Jarbas, isso ainda é possível, "mas quanto mais demora,
mais complicado fica". Segundo
ele, o ideal seria que não houvesse
candidaturas lançadas. "O PSDB
só não tem ainda [candidato"
porque eleitoralmente não apareceu um nome forte. Se tivesse, já
teria lançado, e isso atrapalha."
PFL
Os caciques pefelistas presentes
ao casamento não concordaram
com a tese de inviabilização da coligação com o crescimento de Roseana nas pesquisas. "Sou defensor da aliança, da coligação", disse
o vice-presidente Marco Maciel.
"Acho que a aliança é importante
não apenas para ganhar eleição,
mas também para governar."
Para o ex-senador baiano, Antonio Carlos Magalhães, "cada
candidatura própria da base aliada deve ser vista como da base
aliada e, consequentemente, somar". ACM, no entanto, fez uma
ressalva: "o que fica difícil é uma
pessoa bem nas pesquisas não ser
candidata. Isso seria uma frustração para o eleitorado".
O ex-senador disse acreditar
que "há clima" para um entendimento. Entretanto, afirmou, se
cada partido se voltar para seus
interesses, é possível que saiam
com candidatos próprios no primeiro turno, unindo-se depois,
no segundo turno. ACM, porém,
também acha que o PFL não tem
outra saída hoje fora da candidatura Roseana, "pelo menos na primeira fase". "É uma candidata
que tem um grande apoio e consequentemente fica difícil não disputar com esse nome."
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