São Paulo, domingo, 15 de dezembro de 2002

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OUTRO LADO

Acusados negam veracidade das fitas transcritas

DA AGÊNCIA FOLHA

O advogado do empresário Carlos Guilherme Lima, Gilberto Pereira, classificou as acusações contra seu cliente como "absurdas". Ele afirmou desconhecer o envolvimento de Lima no processo de privatização do Banestes.
Pereira não quis comentar comentou os supostos diálogos entre o empresário e deputados sobre o assunto. "Ainda não tive acesso aos autos. Não sabemos se as fitas são verdadeiras ou se as conversas foram divulgadas por inteiro."
Sobre a acusação de empréstimos mediante fraude, que, de acordo com o Ministério Público, teriam levado à falência o banco Santos Neves, o advogado afirmou que uma das empresas de Lima contraiu um empréstimo no banco mas já teria pago 90% dele.
O secretário de Transportes e Obras Públicas, Jorge Hélio Leal, afirmou que o empresário é seu amigo particular, mas nega que tenha conversado com ele sobre a privatização do Banestes. "Sou secretário de Transportes e Obras Públicas e nunca fui autorizado pelo governador a tratar do Banestes."
O deputado Robson Neves (PFL) afirmou que não poderia comentar as transcrições das conversas feitas pelo Ministério Público porque os diálogos são relatados em ordem indireta. "Parece que estão utilizando conversa sobre outro assunto e contextualizando na questão do Banestes."
O deputado Luiz Pereira (PFL) negou que tenha conversado com Leal sobre a privatização do Banestes. "Tenho muitos projetos de lei, convênios e obras que estão na secretaria (Transportes e Obras Públicas) e falo muito com ele sobre isso", afimou.
A Agência Folha ligou para os gabinetos dos deputados Gumercindo Vinand (PGT) e Mateus Vasconcelos (PRTB) mas não obteve resposta. Seus celulares estavam desligados. O deputado Paulo Loureiro (PFL) não foi localizado.
O presidente da Assembléia, José Carlos Gratz (PFL), não respondeu às ligações. Por dois dias, recados foram deixados com a assessoria de imprensa da Casa e com seu motorista.
Em entrevista anterior, Gratz justificou sua mudança de postura em relação ao leilão do Banestes como uma forma de atingir o futuro governador, Paulo Hartung (PFL), seu adversário. "Até 31 de janeiro tenho força política para aprovar a emenda (autorizando a privatização) e evitar que o futuro governador faça demagogia. Ele diz que é contra mas, no íntimo, quer a privatização."


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