São Paulo, quinta-feira, 15 de dezembro de 2005

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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/HORA DAS CASSAÇÕES

Deputado petista reconheceu ter recebido dinheiro de Marcos Valério, mas afirma que não sabia da origem e que pagou custos de campanha

Julgamento de irmão de Genoino é adiado

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

A votação do pedido de cassação contra o deputado estadual José Nobre Guimarães (PT-CE), irmão do ex-presidente nacional do PT José Genoino, que deveria acontecer até amanhã, deve ficar para a próxima semana ou até mesmo para o ano que vem. O processo passou pela Comissão de Ética da Assembléia Legislativa (CE) e está parado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), última etapa antes do plenário.
O adiamento é promovido pelos adversários de Guimarães, a maioria do PSDB. O deputado tucano Osmar Baquit pediu vistas do processo na CCJ. Entre os motivos do adiamento está a idéia de que o texto aprovado pela Comissão de Ética pode ter brechas jurídicas que podem ser questionadas pelo deputado.
Segundo o processo, ele teria recebido R$ 250 mil do publicitário Marcos Valério de Souza. Ele reconhece o repasse, mas diz que pagou dívidas da campanha.
O irmão de Genoino disse pensar que a origem do dinheiro era o PT nacional. A cúpula do partido não reconhece essa origem.
Os tucanos tentam adiar a votação e os aliados de Guimarães tentam apressá-la. Em represália ao pedido de vistas, o grupo do petista provocou o adiamento da votação do Orçamento do Estado ao pedir vistas do projeto.
A defesa de Guimarães é encabeçada pelo irmão do ministro Ciro Gomes (Integração Nacional), Ivo Gomes (PSB). Como a Assembléia só entra em recesso após a aprovação do Orçamento, será necessária prorrogação do período parlamentar por uma semana. Se não houver manobras políticas, a cassação pode ser votada na próxima semana. Para a cassação, são necessários 24 votos do plenário. Guimarães não tem maioria.


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