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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Tudo menos isso
A notícia de que a primeira tesourada do governo,
diante da necessidade de compensar a perda a CPMF,
deve recair sobre os R$ 12 bi de emendas coletivas ao
Orçamento de 2008 instaurou um clima de Deus nos
acuda entre os parlamentares. Tamanho é o desespero que a Comissão de Orçamento se transformou em
uma usina de idéias para dar ao Executivo.
Uma das mais criativas prevê que o governo tome
emprestado do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) algo como R$ 25 bi, suficientes para cobrir a parcela do imposto repassada à saúde e ao Bolsa Família.
O Ministério do Planejamento respondeu que não vê
condições de recorrer a esse expediente, utilizado no
governo Collor. Mas a comissão não desistirá de apresentar qualquer alternativa que preserve as emendas.
Salomônico 1. Preocupados com a reação de deputados e senadores às vésperas
do ano eleitoral, integrantes
da Comissão de Orçamento
argumentam que, se não houver outro jeito, seria melhor
promover um corte linear de
7,5% em todas as emendas,
sem distinção de área.
Salomônico 2. "Se todos
perderem de maneira igual,
não haverá injustiças", diz
Eunício Oliveira (PMDB-CE).
O problema é que o governo já
avisou que o corte será seletivo, poupando saúde e políticas sociais. Em outras palavras, a chiadeira de quem for
preterido está garantida.
Simples assim. Solução
do tucano Rafael Guerra
(MG), da Frente Parlamentar
da Saúde e da Comissão de
Orçamento, para que o governo não desista do PAC do setor. "Há R$ 14 bi de reserva de
contingência, R$ 7 bi da reestimativa de receita feita
anualmente e R$ 251 bi de superávit financeiro. É só usar".
Copyright. Ao mandar carta para os senadores durante a
sessão da CPMF, Lula fez como FHC, que em 1995 prometeu por escrito, no calor do debate da quebra do monopólio
do petróleo, não privatizar a
Petrobras. A diferença é que a
jogada do tucano funcionou.
Ressaca. Passada a batalha
da CPMF, o ministro José
Temporão (Saúde) pediu férias. Estará fora entre 24 de
dezembro e 7 de janeiro.
Relógio de ponto. Obrigado a amargar o recesso
branco pró-CPMF ao final de
seu primeiro ano no comando
da Câmara, Arlindo Chinaglia
(PT-SP) preparou uma lista
com o que chama de conquistas obtidas no período. No rol
de realizações, destaca a economia de R$ 11 milhões com
horas extras de deputados.
Tô fora 1. Signatários da
Mensagem ao Partido, os deputados estaduais do PT-SP
Simão Pedro, Mário Reali e
Sebastião Almeida divulgaram carta criticando a resolução em que o grupo de Tarso
Genro bate forte em Jilmar
Tatto, adversário de Ricardo
Berzoini no segundo turno da
eleição do partido, amanhã.
Tô fora 2. "Não nos parece
lícito e proveitoso para o ambiente de discussão interna
atacar de forma pessoal os
companheiros", afirma a carta dos petistas, apoiadores da
candidatura derrotada de José Eduardo Cardozo.
Stand by. Conselheiro da
nova TV pública, Claudio
Lembo (DEM) diz que ainda
não teve tempo de examinar a
programação da emissora, no
ar há duas semanas. "Só vi
muito rapidamente o telejornal", afirma o ex-governador.
Circunstancial. É ponto
pacífico que o DEM manda
pouco na Prefeitura de São
Paulo, mas a Juventude do
PSDB resolveu oficializar o
conceito. Material de seus
cursos de formação política se
refere à "gestão tucana iniciada por José Serra e hoje chefiada por Gilberto Kassab".
É comigo? A Assembléia
paulista espera há 40 dias resposta de pedido de explicações à Sabesp sobre o fato de o
deputado estadual Celino
Cardoso (PSDB) explorar comercialmente um terreno da
companhia de saneamento.
Tiroteio
"O Lula dizia que a falta da CPMF quebraria
as pernas do governo. Na verdade,
quebrou apenas o seu salto alto."
Do deputado PAULO BORNHAUSEN (DEM-SC), sobre a derrota
imposta ao Planalto pelo Senado na votação do imposto do cheque.
Contraponto
Entre irmãos
Em 1995, estreante no mandato de deputado federal,
Carlos Apolinário (SP) circulava pelos corredores da Câmara tentando se enturmar com os colegas. Ao abrir a
porta da sala onde funcionava uma das comissões da Casa, o então peemedebista viu o líder do PFL, Inocêncio
Oliveira (PE), levantar-se da mesa e gritar:
-Aleluia!
Apolinário, que é evangélico, comentou:
-Enfim encontrei meu lugar! Então quer dizer que estou entre irmãos da Assembléia de Deus?
Foi preciso explicar ao novato que Inocêncio apenas
chamava o correligionário José Carlos Aleluia (BA).
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