São Paulo, sábado, 15 de dezembro de 2007

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Senador exalta Estado e diz que cobrará verba

RUBENS VALENTE
ENVIADO ESPECIAL A NATAL

O presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), disse ontem, em entrevista coletiva no aeroporto de Natal, que usará sua suposta nova "prerrogativa", como presidente do Senado, para cobrar do presidente Lula "um grande investimento" do governo federal para o Rio Grande do Norte.
"Eu agora vou ter essa prerrogativa de insistir, como presidente do Senado, em função dos grandes pleitos do Rio Grande do Norte. O pleito do aeroporto de São Gonçalo [do Amarante], o pleito junto à Petrobras, do aproveitamento das potencialidades que nós temos aqui, dentro desse pólo de gás químico que foi instalado. Nós vamos, inclusive, ao lado da nossa bancada, dizer ao presidente que chegou a hora do Rio Grande do Norte ter um grande investimento do governo federal, que ainda não teve", disse.
O senador chegou de Brasília ontem às 15h20 num vôo da TAM, com meia hora de atraso. Ele abriu mão do jato da FAB que fica à disposição do presidente do Senado. Garibaldi -que teve o horário da sua chegada anunciado pelos dois principais jornais de Natal, incluindo o de sua família, a "Tribuna do Norte"- foi recebido com queima de fogos, por militantes do PMDB que lotaram o saguão do aeroporto, e participou de uma carreata com cerca de 400 carros do aeroporto até sua casa em Natal.
Garibaldi fez discurso ao microfone de um carro de som alugado pelo partido. Voltou a dizer que cobrará recursos para o Estado. "Não fui que ganhei, vou demonstrar ao lado da nossa senadora Rosalba [Ciarlini, DEM], vamos demonstrar, depois da luta que vamos fazer pelo Estado, que quem ganhou foi o Rio Grande do Norte."

Denúncias
A repórter de uma emissora de TV local quis saber como ele recebeu as denúncias publicadas pela imprensa nesta semana. A Folha divulgou na quarta que funcionários do marketing de sua campanha em 2002 foram pagos a partir de um desvio de recursos públicos apurado pela Promotoria.
Anteontem, divulgou que ele é alvo de uma petição sigilosa no STF na qual há trechos de gravações telefônicas nas quais ele se solidariza e discute apoio jurídico a acusados de um desvio de R$ 9,3 milhões num programa social do seu governo.
"Recebi com naturalidade, a verdade é que são notícias requentadas de tudo o que se passou e não culminou com nenhuma denúncia, nada, nada, absolutamente nada, continuo a ser acusado de quê? De nada."
Garibaldi disse que o processo que levou à renúncia de Renan Calheiros (PMDB) arranhou a imagem da Casa. "A oposição me ajudou a chegar à presidência e agora espero que ela me ajude na busca da recuperação da credibilidade do Senado, que não deixou de sair arranhada de todo o processo".
No aeroporto, Garibaldi foi cumprimentado pela deputada federal Fátima Bezerra (PT), ferrenha adversária da época em que o senador governou o Estado (1995-2002). "O PT deu uma contribuição importante para a minha eleição. Eu tenho, vocês devem ter visto pela recepção que tive, um ótimo relacionamento com o PT local."
O mesmo tom adotou em relação à governadora Wilma de Faria (PSB), contra quem disputou e perdeu a eleição ao governo em 2002. "Estou à disposição da bancada e da governadora. Na hora que ela [Wilma] me acionar para tratar das grandes reivindicações do Estado, vai ter minha aprovação."


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