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Senador exalta Estado e diz que cobrará verba
RUBENS VALENTE
ENVIADO ESPECIAL A NATAL
O presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), disse ontem, em entrevista coletiva no aeroporto de Natal, que usará sua suposta nova
"prerrogativa", como presidente do Senado, para cobrar do
presidente Lula "um grande investimento" do governo federal
para o Rio Grande do Norte.
"Eu agora vou ter essa prerrogativa de insistir, como presidente do Senado, em função
dos grandes pleitos do Rio
Grande do Norte. O pleito do
aeroporto de São Gonçalo [do
Amarante], o pleito junto à Petrobras, do aproveitamento das
potencialidades que nós temos
aqui, dentro desse pólo de gás
químico que foi instalado. Nós
vamos, inclusive, ao lado da
nossa bancada, dizer ao presidente que chegou a hora do Rio
Grande do Norte ter um grande
investimento do governo federal, que ainda não teve", disse.
O senador chegou de Brasília
ontem às 15h20 num vôo da
TAM, com meia hora de atraso.
Ele abriu mão do jato da FAB
que fica à disposição do presidente do Senado. Garibaldi
-que teve o horário da sua chegada anunciado pelos dois
principais jornais de Natal, incluindo o de sua família, a "Tribuna do Norte"- foi recebido
com queima de fogos, por militantes do PMDB que lotaram o
saguão do aeroporto, e participou de uma carreata com cerca
de 400 carros do aeroporto até
sua casa em Natal.
Garibaldi fez discurso ao microfone de um carro de som
alugado pelo partido. Voltou a
dizer que cobrará recursos para
o Estado. "Não fui que ganhei,
vou demonstrar ao lado da nossa senadora Rosalba [Ciarlini,
DEM], vamos demonstrar, depois da luta que vamos fazer pelo Estado, que quem ganhou foi
o Rio Grande do Norte."
Denúncias
A repórter de uma emissora
de TV local quis saber como ele
recebeu as denúncias publicadas pela imprensa nesta semana. A Folha divulgou na quarta
que funcionários do marketing
de sua campanha em 2002 foram pagos a partir de um desvio de recursos públicos apurado pela Promotoria.
Anteontem, divulgou que ele
é alvo de uma petição sigilosa
no STF na qual há trechos de
gravações telefônicas nas quais
ele se solidariza e discute apoio
jurídico a acusados de um desvio de R$ 9,3 milhões num programa social do seu governo.
"Recebi com naturalidade, a
verdade é que são notícias requentadas de tudo o que se passou e não culminou com nenhuma denúncia, nada, nada,
absolutamente nada, continuo
a ser acusado de quê? De nada."
Garibaldi disse que o processo que levou à renúncia de Renan Calheiros (PMDB) arranhou a imagem da Casa. "A
oposição me ajudou a chegar à
presidência e agora espero que
ela me ajude na busca da recuperação da credibilidade do Senado, que não deixou de sair
arranhada de todo o processo".
No aeroporto, Garibaldi foi
cumprimentado pela deputada
federal Fátima Bezerra (PT),
ferrenha adversária da época
em que o senador governou o
Estado (1995-2002). "O PT deu
uma contribuição importante
para a minha eleição. Eu tenho,
vocês devem ter visto pela recepção que tive, um ótimo relacionamento com o PT local."
O mesmo tom adotou em relação à governadora Wilma de
Faria (PSB), contra quem disputou e perdeu a eleição ao governo em 2002. "Estou à disposição da bancada e da governadora. Na hora que ela [Wilma]
me acionar para tratar das
grandes reivindicações do Estado, vai ter minha aprovação."
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