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São Paulo, quinta-feira, 16 de janeiro de 2003

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PAINEL

Ameaça fantasma
Senadores do PMDB alertaram Renan Calheiros de que, se insistir em sua candidatura à presidência da Casa, o Planalto iniciará nos bastidores um processo para "jaderizá-lo" (referência a Jader Barbalho, que renunciou ao mandato após sofrer uma série de denúncias).

Muy amigo
Ramez Tebet passou o dia insistindo para que senadores participem da reunião do PMDB. Acha que, se Renan obtiver quórum e sair como candidato da bancada, o Planalto tentará desgastá-lo até a eleição. E ele poderá surgir como "terceira via".

Filme antigo
O Planalto petista repete o modo de agir do antecessor tucano. Lula, assim como FHC, diz que não se intromete nas eleições para as presidências do Senado e da Câmara. Enquanto isso, seus articuladores políticos ligam para parlamentares, a fim de impor as preferências do governo.

Peso governista
Pelo menos cinco senadores do PMDB relataram à bancada do partido que José Dirceu prometeu cargos de segundo e terceiro escalões para quem abandonar Renan em favor da candidatura José Sarney.

Sem crise
José Sarney enviou um emissário a Renan Calheiros, seu concorrente no Senado, com o seguinte recado: "Não quero confronto e não tenho a intenção de esmagar ninguém".

Passaporte
José Carlos Aleluia (PFL) escreveu artigo de apoio a João Paulo (PT) no primeiro jornal de campanha do petista à presidência da Câmara. É tentativa de obter o sinal verde do governo à sua candidatura a líder do PFL.

Vestibular massacrante
Antonio Palocci Filho (Fazenda) analisou nesta semana quatro novos nomes sugeridos para a presidência do Banco do Brasil, que continua vaga. Não aprovou nenhum.

Divisão de espaço
Candidato à liderança do PMDB, Barbosa Neto, atual corregedor da Câmara, fez levantamento dos cargos e salários dos quais a sigla disporá na estrutura funcional da Casa. Propôs, se eleito, repartir as indicações irmanamente entre os deputados.

Malas prontas
Com a vitória de Lula, os organizadores do Fórum Social Mundial já praticamente decidiram que a reunião de 2004 não será feita no Brasil. Querem evitar uma "instrumentalização política" do evento pelo PT. O novo destino deverá ser a Índia.

Cerco rompido
Humberto Costa (Saúde) fará uma reforma em seu gabinete, apelidado pelo petista pernambucano de "bunker". José Serra, quando ocupou a pasta, colocou três portas eletrônicas entre o elevador e a sala do ministro.

Em pedaços
Lula combinou com Jorge Viana de fazer no AC -no fim do mês ou no início do próximo- o primeira encontro com governadores, reunindo os da região NE. Na pauta, a redefinição do papel da Agência do Desenvolvimento da Amazônia.

Fogo aliado
Esther Grossi (PT-RS) tem criticado abertamente Cristovam Buarque (Educação). O ministro até agora não criou a Secretaria Nacional de Erradicação do Analfabetismo, reivindicação de Esther. Cansada de esperar, ela foi ao Ceará e treinou 500 técnicos na semana passada.

Conta própria
Cristovam Buarque chegou a convidar Viviane Senna para a chefia da futura secretaria, mas nada foi confirmado. O ministro quer Esther no órgão, mas não na gerência. No CE, a deputada pretende alfabetizar 10 mil adultos no seu próprio projeto.

TIROTEIO

Do empresário Gilberto Dib, da coordenação do PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais), sobre Marco Aurélio de Mello, presidente do Supremo Tribunal Federal, ter criticado a reforma previdenciária:
- A mais alta autoridade do Judiciário no país revelou ter uma posição radical e fechada sobre o tema, o que nos parece inadequado e preocupante.

CONTRAPONTO

Marketing de resultado

O então governador paulista, Mário Covas (1930-2001), andava por São Paulo quando viu a placa de uma empresa de construção civil pregada no quintal de uma obra. Ele estava compondo o seu secretariado para o primeiro mandato, iniciado em 1995, e ainda faltava o nome do secretário de Estado de Recursos Hídricos.
Covas telefonou então para o deputado federal José Aníbal (PSDB-SP) para pedir o telefone do empreiteiro cujo nome aparecia na placa. Antecipou que aquele deveria ser o secretário de Recursos Hídricos. Aníbal quis saber o motivo. O governador respondeu:
- É que aquela placa é muito bonita...
O convite foi feito, mas só depois Aníbal soube que a história da placa era só uma brincadeira de Covas. Ao vê-la, o governador lembrou do nome do empreiteiro, um antigo conhecido.


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