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CGU vê fraude de R$ 5 mi em repasses da Saúde ao RN
Convênios para compra de remédios com verba liberada por emenda foram suspensos
O senador Fernando Bezerra (PTB-RN), líder do governo
no Congresso, é um dos parlamentares acusados de participação do esquema
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Uma fundação ligada a políticos do Rio Grande do Norte é
acusada de praticar fraudes na
distribuição de medicamentos
em 66 municípios do Estado
por meio de um esquema semelhante ao da máfia das ambulâncias. Os supostos desvios são
estimados em R$ 5 milhões.
A informação foi publicada
ontem pelo "Correio Braziliense". Segundo o jornal, a Fundação Aproniano Sá -nome do
pai do ex-deputado federal Múcio Sá (PSB-RN)- firmou, nos
últimos seis anos, convênios
com o Ministério da Saúde para
a distribuição de medicamentos e a prestação de serviços de
odontologia e clínica geral, o
que não ocorreu.
Os recursos foram viabilizadas por meio de emendas ao
Orçamento da União apresentadas por parlamentares do Rio
Grande do Norte -entre eles, o
senador Fernando Bezerra
(PTB), líder do governo no
Congresso Nacional.
O caso foi levantado a partir
de uma auditoria que está sendo produzida em parceria pela
CGU (Controladoria Geral da
União) e o Denasus (Departamento Nacional de Auditoria
do Sistema Único de Saúde). O
Ministério Público Federal pedirá o relatório da CGU para investigar o caso. A Procuradoria
apura também o envolvimento
das fundações Apamim e Vingt
Rosado, ligadas ao ex-deputado
Laire Rosado (PMDB-RN).
No ano passado, a CGU identificou irregularidades em dois
convênios com a Aproniano Sá.
O Ministério da Saúde suspendeu os repasses do projeto, mas
R$ 800 mil dos R$ 2 milhões
orçados chegaram a ser pagos.
"Os técnicos estavam investigando o caso dos sanguessugas
nesses municípios [do Rio
Grande do Norte] e se depararam com dois convênios em
que foram identificadas diversas irregularidades", explicou o
ministro Jorge Hage, da CGU.
Na auditoria, técnicos constataram que a Aproniano Sá contratou 90 associações para repassar os medicamentos.
Segundo o ministro Jorge
Hage, nem os serviços foram
prestados nem os medicamentos foram distribuídos.
"Na melhor das hipóteses, a
fundação Aproniano usou outras associações para distribuir
remédios. Na pior, embolsou
todo do dinheiro", disse.
Segundo a reportagem do
"Correio Braziliense", presidentes das associações disseram que as entidades foram
"emprestadas" a prefeitos, que
foram encarregados de distribuir os medicamentos. Outros
dirigentes disseram desconhecer o uso das associações para
distribuição de medicamentos.
Um deles disse que procurou a
fundação a pedido de Bezerra.
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