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PT quer resposta de Marta e aliança ampla com PMDB
Presidentes da sigla no Estado e na capital vão questionar ex-prefeita sobre candidatura
Petistas admitem acordo com Orestes Quércia em todo o Estado e falam ainda em pactos eleitorais com os partidos da coalizão de Lula
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
O PT paulista vai procurar
nos próximos dias a ministra
Marta Suplicy (Turismo) para
ouvir dela uma resposta oficial
sobre a disposição de concorrer
à Prefeitura de São Paulo. Será
o primeiro ato formal pela candidatura da ex-prefeita. O encontro, que deve ocorrer nos
próximos dias, será solicitado
por Edinho Silva, presidente do
diretório estadual, e José Américo Dias, presidente do diretório municipal.
Os dois petistas, que estarão
à frente dos GTEs (Grupos de
Trabalho Eleitoral) do partido
no Estado e na capital, também
darão início nesta semana às
negociações em torno de alianças. A prioridade, por enquanto, é o PMDB do ex-governador
Orestes Quércia.
Silva se disse disposto a negociar com Quércia uma aliança
que inclua todo o Estado. "Nós
temos de ter uma coisa mais
abrangente", afirmou.
"Vamos ouvir o que ela está
pensando. Sem ela no páreo, o
cenário é muito difícil para o
PT, mas o trabalho da Marta no
Turismo tem sido muito bom",
disse ontem Silva.
"É evidente que a política de
alianças dependerá muito de
quem será o nosso candidato.
Mas nossos principais adversários também vivem um momento de indefinição", acrescentou Silva, em referência às
possíveis candidaturas de Geraldo Alckmin (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM). Alckmin
também investe na aliança com
o PMDB. Ele se reuniu com
Quércia às vésperas do Natal.
O presidente estadual admitiu que o PT enfrenta problemas em grandes centros onde
já foi muito forte e que, por isso,
poderá apoiar candidatos de
outros partidos, desde que eles
façam parte da coalização de
Lula. Citou Campinas como
exemplo: "Há uma possibilidade de apoiarmos o atual prefeito, Doutor Hélio, que tenta a
reeleição e é do PDT".
O PT paulista esteve no epicentro dos dois principais escândalos da história recente da
sigla: o mensalão (2005) e o
chamado dossiegate (2006) -
petistas envolveram-se na
compra de documentos contra
tucanos, entre eles José Serra.
"É evidente que o PT perdeu
algum espaço, mas ganhou outros. Ficamos muito tempo na
defensiva. Hoje existe um descolamento do governo Lula do
partido. Vamos trabalhar para
mudar isso", afirmou Silva.
O petista não quis fixar prazo
para a decisão de Marta, que
tem até junho para deixar o ministério se quiser concorrer.
"Não queremos pressioná-la
nem constrangê-la. Ela tem
que ter tempo para dialogar
com Lula. Caso contrário, ficará uma situação muito difícil
porque nós construímos a chegada dela ao ministério."
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