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Refugiado italiano diz que está aliviado e que pretende reiniciar carreira de escritor
"Corriere della Sera"
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Battisti (primeiro à esq.), em prisão na Itália, em 1980, quando respondia pela morte de joalheiro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
"Foi um alívio", disse Cesare
Battisti a seus advogados, que
se reuniram com ele ontem pela manhã na Penitenciária da
Papuda, onde ele está preso, em
Brasília. A reação, informa nota
divulgada ontem pela defesa do
italiano, foi pela notícia de que
o governo brasileiro tinha concedido a ele o refúgio político.
"Vou reiniciar minha carreira de escritor. Passo a me concentrar na finalização do meu
segundo romance", disse, segundo a nota. O livro já tem título: "Pé de Muro".
O romance será o segundo
escrito no Brasil. Enquanto vivia clandestinamente em Copacabana, no Rio de Janeiro,
Cesare Battisti publicou na
França "Minha Fuga sem Fim",
que só foi editado no Brasil, pela editora Martins Fontes, em
dezembro de 2007.
Em entrevista à Folha, no
ano passado, Battisti contou
que, quando foi preso, em março de 2007, os policiais levaram
um livro que estava em seu
computador. A obra seria a segunda de uma trilogia, iniciada
com "Minha Fuga sem Fim".
"O terceiro será um romance, obviamente autobiográfico,
que se passa aqui [no Brasil]. O
narrador conta toda a sua história em duas horas de banho
de sol", disse à época.
Quando se mudou para a
França, na década de 80, Cesare Battisti se tornou escritor de
livros policiais. O primeiro trabalho, "Les Habits D'ombre", é
de 1991. Em seguida vieram outros, como "L'ombre Rouge" e
"Buena Onda".
Liberdade
Ontem, os advogados de Battisti entraram com uma ação
no STF (Supremo Tribunal Federal), pedindo a liberdade de
seu cliente. A assessoria de imprensa do Supremo informou
que o presidente Gilmar Mendes deverá analisar o pedido
hoje.
(LF)
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