São Paulo, sábado, 16 de janeiro de 2010

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Advogado diz que declaração é "mentirosa"

DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado Celso Vilardi, que defende a construtora Camargo Corrêa, afirmou ontem que é "mentirosa" a afirmação da procuradora da República Karen Kahn de que ele "induziu" o Superior Tribunal de Justiça a erro.
"Eu apresentei ao tribunal cinco volumes do processo. Tudo o que mostrei está documentado. Se existiu uma denúncia de réu-colaborador, se existiu investigação preliminar antes da quebra do sigilo telefônico, nada disso está no processo. Em 20 anos de carreira, nunca vi isso. A Procuradoria parece que está falando de um outro caso, não da Castelo de Areia", afirmou Vilardi.
O advogado só aceitou falar sobre detalhes do caso porque a reportagem comprovou que já tinha cópia do processo sigiloso.
"Não aceito que digam que induzi o tribunal a erro. É uma acusação falsa. A procuradora está faltando com a verdade, é má-fé. É só você olhar no processo e ver que em nenhum momento há nenhuma menção a réu-colaborador. Aliás, a primeira vez que ouvi falar em réu-colaborador foi há um mês, durante julgamento no Tribunal Regional Federal da 3ª Região, quase dois anos depois de a quebra ter sido decretada", disse.
No primeiro ofício que a Polícia Federal enviou à Justiça Federal sobre o caso, em 10 de janeiro de 2008, o delegado Otávio Russo relata ter recebido uma ""notitia criminis" anônima dando conta de que uma pessoa de nome Kurt Pickel estaria se dedicando à atividade de compra e venda de dólares no mercado paralelo". Não há informação sobre réu-colaborador.
Com relação à concessão de senhas a agentes da PF, Vilardi apresentou ao STJ cartas das operadoras de telefonia reclamando da extensão do pedido.
Sobre os documentos apreendidos com diretores da Camargo Corrêa, que indicam supostos crimes de evasão de divisas e pagamentos de propina a políticos e autoridades públicas, Vilardi afirmou que não se manifestará sobre "provas ilícitas".
"Se o tribunal confirmar a decisão do presidente da corte, todo esse documento será considerado ilegal e não posso me manifestar sobre provas ilícitas", disse.


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