São Paulo, sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

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PT desiste de disputar vagas com aliados, diz Berzoini

Partido, porém, reivindica Marta em um ministério

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, disse ontem que o partido abriu mão de discutir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicações de nomes para ministérios que pertencem atualmente a outras siglas da base aliada.
"O PT está discutindo espaços que já são ocupados. Queremos evitar constrangimentos com os demais membros da coalizão", disse Berzoini.
Anteontem, o presidente mandou um recado para o PT ao ser questionado sobre as pretensões do partido na reforma ministerial. Lula disse que "eles [petistas] não estão querendo nada". Depois, emendou: "Querer eles podem até querer, mas quem decide sou eu".
Ontem, Berzoini comandou uma reunião com oito integrantes da comissão política do PT. O encontro foi uma prévia da reunião da Executiva, no dia 26, quando o partido definirá as indicações para o ministério.
A lista, que deverá ser encabeçada pela ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy, será entregue a Lula no dia 27. O desejo de Marta é ocupar o Ministério das Cidades, hoje com o PP. "É mais o perfil dela", disse o deputado Jilmar Tatto (SP), terceiro-vice-presidente do PT e membro da comissão política.
Com a decisão do grupo de não disputar com aliados, o PT deverá indicar Marta para a Educação, pasta com o petista Fernando Haddad. "Ela é um nome forte", disse Berzoini. "Mas quem decide é o presidente", afirmou.

Sete pastas
O presidente do PT disse que a comissão política discutiu a presença do partido em sete ministérios, além da Educação: Desenvolvimento Social, Meio Ambiente, Trabalho, Previdência Social, Pesca e Desenvolvimento Agrário. É neste último que existe a maior possibilidade de mudança.
Coordenador político do Planalto, o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) reconheceu ontem que a mudança que o presidente Lula fará no primeiro escalão "não é uma revolução ministerial, é uma reforma ministerial". O petista afirmou que todas as conversas com os partidos da coalizão serão concluídas até o fim do mês.

Reforma política
Tarso também negou a paternidade da proposta que tira do Congresso a exclusividade de convocar plebiscitos e autorizar referendos, apesar de a idéia constar de texto que será levado por ele ao Legislativo na semana que vem.
Como a Folha revelou ontem, o Planalto vai apresentar um texto com sugestões para a reforma política, que resulta de uma compilação feita pelo Ministério das Relações Institucionais, com base em contribuições do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e do Ministério da Justiça. "É uma contribuição para a reforma política, não é um projeto do governo, não são posições do governo", disse Tarso. (ADRIANO CEOLIN E PEDRO DIAS LEITE)

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