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PT desiste de disputar vagas com aliados, diz Berzoini
Partido, porém, reivindica Marta em um ministério
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente nacional do PT,
Ricardo Berzoini, disse ontem
que o partido abriu mão de discutir com o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva indicações
de nomes para ministérios que
pertencem atualmente a outras
siglas da base aliada.
"O PT está discutindo espaços que já são ocupados. Queremos evitar constrangimentos
com os demais membros da
coalizão", disse Berzoini.
Anteontem, o presidente
mandou um recado para o PT
ao ser questionado sobre as
pretensões do partido na reforma ministerial. Lula disse que
"eles [petistas] não estão querendo nada". Depois, emendou:
"Querer eles podem até querer,
mas quem decide sou eu".
Ontem, Berzoini comandou
uma reunião com oito integrantes da comissão política do
PT. O encontro foi uma prévia
da reunião da Executiva, no dia
26, quando o partido definirá as
indicações para o ministério.
A lista, que deverá ser encabeçada pela ex-prefeita de São
Paulo Marta Suplicy, será entregue a Lula no dia 27. O desejo de Marta é ocupar o Ministério das Cidades, hoje com o PP.
"É mais o perfil dela", disse o
deputado Jilmar Tatto (SP),
terceiro-vice-presidente do PT
e membro da comissão política.
Com a decisão do grupo de
não disputar com aliados, o PT
deverá indicar Marta para a
Educação, pasta com o petista
Fernando Haddad. "Ela é um
nome forte", disse Berzoini.
"Mas quem decide é o presidente", afirmou.
Sete pastas
O presidente do PT disse que
a comissão política discutiu a
presença do partido em sete
ministérios, além da Educação:
Desenvolvimento Social, Meio
Ambiente, Trabalho, Previdência Social, Pesca e Desenvolvimento Agrário. É neste último
que existe a maior possibilidade de mudança.
Coordenador político do Planalto, o ministro Tarso Genro
(Relações Institucionais) reconheceu ontem que a mudança
que o presidente Lula fará no
primeiro escalão "não é uma
revolução ministerial, é uma
reforma ministerial". O petista
afirmou que todas as conversas
com os partidos da coalizão serão concluídas até o fim do mês.
Reforma política
Tarso também negou a paternidade da proposta que tira
do Congresso a exclusividade
de convocar plebiscitos e autorizar referendos, apesar de a
idéia constar de texto que será
levado por ele ao Legislativo na
semana que vem.
Como a Folha revelou ontem, o Planalto vai apresentar
um texto com sugestões para a
reforma política, que resulta de
uma compilação feita pelo Ministério das Relações Institucionais, com base em contribuições do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e do Ministério da Justiça. "É uma contribuição para a reforma política,
não é um projeto do governo,
não são posições do governo",
disse Tarso.
(ADRIANO CEOLIN E PEDRO DIAS LEITE)
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