São Paulo, segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

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Toda Mídia

NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

A barriga

Fim de tarde na quarta, dia 11, e "em primeira mão" o blog do Globo Online em Brasília postou que "Brasileira torturada na Suíça aborta gêmeos", com fotos de "Álbum de família" e as denúncias do pai da jovem, "Paulo Oliveira, secretário parlamentar do deputado Roberto Magalhães (DEM-PE)". Início da noite e o "Jornal Nacional" deu a manchete "Barbárie na Suíça: Brasileira é torturada por uma gangue e tem a gravidez de gêmeos interrompida".
Sexta e a manchete do "JN" já era "A polícia suíça afirma que a brasileira não estava grávida e os ferimentos podem ter sido provocados por ela mesma. As autoridades brasileiras trocam as declarações indignadas por um discurso cauteloso".
Mas os suíços não esquecem e no fim de semana, na versão da BBC Brasil, o "Neue Zürcher Zeitung" publicou que a mídia brasileira "passou dos limites", ela que traz regularmente "notícias inventadas". Para o "Tages-Anzeiger", foi "lição de manipulação da mídia", num "caso evidente de mulher que usa o corpo como chamariz para a mídia".
Mídia que precisa de audiência. A cobertura do caso e de outros coincide, de acordo com a coluna "Outro Canal", com a marca de 24,8 pontos do "JN", ele "que já atingiu 52,8 pontos em 2006".

jornalnacional.globo.com
Na quarta, Fátima Bernardes anuncia que "Skinheads dominaram e torturaram uma jovem brasileira na Suíça" e "ela teve a gravidez de gêmeos interrompida"


"ATRÁS DE IBOPE"
Inusitadamente, a blogosfera política foi contida no episódio da jovem.
Luis Nassif, no iG, evitou o tema e só foi postar na quinta um questionamento à cobertura "atrás de ibope", com a sugestão de "cautela" ao governo brasileiro.
Reinaldo Azevedo, na Veja.com, postou na quinta que "não basta a simples reação de repúdio" e o governo "precisará fazer mais", mas sublinhou, no enunciado, a necessidade de "cuidado".

BRASILEIROS LÁ
Com ou sem o caso, "Brasileiros que vivem na Europa contam que preconceito é rotina", dizia a manchete do Terra, ontem. "No caso mais grave encontrado, um brasileiro foi acusado por homicídio que não cometeu, durante estada na Suíça."
Por sinal, no topo das buscas de Brasil no Google News, surgiu ontem o caso de um religioso brasileiro acusado de "estupro de criança", noticiado por "Boston Globe", "Boston Herald" etc.

AMEAÇA EMERGENTE
A BBC destacou dias atrás que, segundo pesquisa Globe Scan, "a visão negativa do Brasil entre americanos, britânicos, franceses e alemães está crescendo". Seria reação "ao crescimento de sua importância econômica global". A imagem de China e outros emergentes nos "países ricos" também piorou. "As pessoas ficam mais atentas a economias que têm impacto sobre elas."

O VENENO AMERICANO
Na submanchete on-line de "Wall Street Journal" e "Financial Times", ontem, a "suavização" pelo G7, o grupo dos "países ricos", da crítica à política cambial da China. "A mudança reflete a ansiedade do Ocidente por ajuda de Pequim na resolução da crise."
Mas a China segue no ataque e postou, via agência Xinhua, com eco por AP, Reuters e sites ocidentais, a análise "Protecionismo é um veneno para a solução da crise". Foi um ataque direto à cláusula "Buy American" (compre produtos americanos), que exclui os Brics das obras públicas do plano de estímulo dos EUA.

O OTIMISMO VIVE
Sob o título "Optimism is alive", o colunista John Authers escreveu no "FT" de anteontem que começam a aparecer "sinais de uma recuperação relativa" na economia global e que "isso está afetando os mercados".
Cita as vendas no comércio americano, que cresceram 1% em janeiro, sobre dezembro, e a alta nas ações chinesas, sob impacto do plano de estímulo por lá. Cita também as ações em alta no Brasil.

SEM DINHEIRO
Na manchete da Reuters Brasil, ontem à tarde, "Falta de financiamento para emergentes preocupa G7". É que "pode aumentar o número de países à procura de dinheiro", com o vencimento em 2009 de muitos débitos sem garantia de rolagem.
O presidente do Banco Central da França e diretor do BC Europeu afirma que "está faltando financiamento até para emergentes muito bem administrados".

TRÁFICO OPOSTO
Lalo de Almeida/nytimes.com
Ontem no "New York Times", longo relato mostrou o consumo crescente de ecstasy por "adolescentes de alta classe" em SP. A partir da operação da Polícia Federal que prendeu 55, destacou que o tráfico é "da Europa para o Brasil". Já ecoou na rádio Holanda, ontem


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