São Paulo, terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

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Novata na web, Marina já tem estratégia na internet

Campanha de pré-candidata do PV tem especialista em redes sociais e militância plugada

Estratégia de campanha da senadora, que terá apenas cerca de um minuto na TV e no rádio, prevê também postagens no Twitter


ALEC DUARTE
EDITOR-ASSISTENTE DE BRASIL
ANA FLOR
DA REPORTAGEM LOCAL

Marina Silva já tem cara e slogan na internet, obra de seus estrategistas de campanha, mas que uma militância espontânea, reunida numa comunidade que existe há três anos, tratou de espalhar na rede.
Novata na web (no final de janeiro, participou de um "batismo digital" na Campus Party Brasil, maior encontro de tecnologia do país), a pré-candidata do PV à Presidência é a primeira a se mostrar na internet entre os postulantes ao cargo de Luiz Inácio Lula da Silva. Por imposição da legislação eleitoral, a senadora ainda não se apresenta como candidata.
"O PV é um partido muito presente na web. Conta com uma forte militância on-line, atuante em blogs e redes sociais, fundamental nesta caminhada", afirma João Ramirez, que está por trás da comunicação de Marina na rede.
Ramirez é um dos criadores do Migux, a maior rede social concebida e construída no Brasil (possui 2,3 milhões de usuários, número bem expressivo visto que se trata de um site de nicho -o segmento infantil).
A web é crucial para as pretensões da pré-candidata. Num cálculo do PV, a sigla não deverá ter mais do que um minuto e 40 segundos diariamente no programa eleitoral gratuito de rádio e TV, já contabilizando as possíveis alianças. Projeção preliminar do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), porém, é de um tempo é de só 43 segundos.
"Na campanha, serão utilizadas ferramentas que possibilitem engajamento e envolvimento no debate político", afirma Ramirez, que defende o uso de plataformas abertas na internet -ou seja, que podem ser modificadas pelos usuários.
O uso de programas "open source" pode ser uma das grandes novidades da campanha eleitoral neste ano. Normalmente, os sites dos candidatos publicam seus dados em ambientes fechados, impossibilitando que os internautas aprimorem a navegação ou criem aplicativos para otimizá-la.
No caso de Marina, Ramirez já encontrou uma rede pronta e espontânea. Criado em 2007, o Movimento Marina Silva reúne 13 mil membros e está, como esperado, alinhado à campanha. Tanto que já promove peças com a imagem estilizada da candidata -a mesma do blog da senadora, recém-levado ao ar.
A militância incluiu até um slogan ("A cara do Brasil") ao desenho, que lembra peça de campanha que ficou famosa na eleição do democrata Barack Obama nos Estados Unidos.
A estratégia do PV para aproximar Marina Silva do eleitor prevê também postagens no Twitter, plataforma de microblog mais acessada do mundo. A conta da senadora no serviço (@silva_marina) revela a chegada tardia ao site: há dezenas de homônimos e até "fakes", ou seja, pessoas que se apropriaram de seu nome no microblog.
Outro problema é a ausência de unificação de linguagem. Ao mesmo tempo em que Marina conversa com simpatizantes, há postagens que tratam a candidata em terceira pessoa -o que revela que assessores, não ela própria, usam a ferramenta em determinados momentos.
Ramirez diz que uma equipe vai colaborar com a atualização do site, o que não significará terceirização de opinião, afirma ele. "Marina é recém-incluída no mundo digital. Está entusiasmada com as possibilidades de relacionamento na internet e será atuante na sua presença on-line."
Os pré-candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) não têm sites oficiais.


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