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Novata na web, Marina já tem estratégia na internet
Campanha de pré-candidata do PV tem especialista em redes sociais e militância plugada
Estratégia de campanha da senadora, que terá apenas cerca de um minuto na TV
e no rádio, prevê também postagens no Twitter
ALEC DUARTE
EDITOR-ASSISTENTE DE BRASIL
ANA FLOR
DA REPORTAGEM LOCAL
Marina Silva já tem cara e
slogan na internet, obra de seus
estrategistas de campanha,
mas que uma militância espontânea, reunida numa comunidade que existe há três anos,
tratou de espalhar na rede.
Novata na web (no final de janeiro, participou de um "batismo digital" na Campus Party
Brasil, maior encontro de tecnologia do país), a pré-candidata do PV à Presidência é a primeira a se mostrar na internet
entre os postulantes ao cargo
de Luiz Inácio Lula da Silva.
Por imposição da legislação
eleitoral, a senadora ainda não
se apresenta como candidata.
"O PV é um partido muito
presente na web. Conta com
uma forte militância on-line,
atuante em blogs e redes sociais, fundamental nesta caminhada", afirma João Ramirez,
que está por trás da comunicação de Marina na rede.
Ramirez é um dos criadores
do Migux, a maior rede social
concebida e construída no Brasil (possui 2,3 milhões de usuários, número bem expressivo
visto que se trata de um site de
nicho -o segmento infantil).
A web é crucial para as pretensões da pré-candidata. Num
cálculo do PV, a sigla não deverá ter mais do que um minuto e
40 segundos diariamente no
programa eleitoral gratuito de
rádio e TV, já contabilizando as
possíveis alianças. Projeção
preliminar do TSE (Tribunal
Superior Eleitoral), porém, é de
um tempo é de só 43 segundos.
"Na campanha, serão utilizadas ferramentas que possibilitem engajamento e envolvimento no debate político", afirma Ramirez, que defende o uso
de plataformas abertas na internet -ou seja, que podem ser
modificadas pelos usuários.
O uso de programas "open
source" pode ser uma das grandes novidades da campanha
eleitoral neste ano. Normalmente, os sites dos candidatos
publicam seus dados em ambientes fechados, impossibilitando que os internautas aprimorem a navegação ou criem
aplicativos para otimizá-la.
No caso de Marina, Ramirez
já encontrou uma rede pronta e
espontânea. Criado em 2007, o
Movimento Marina Silva reúne
13 mil membros e está, como
esperado, alinhado à campanha. Tanto que já promove peças com a imagem estilizada da
candidata -a mesma do blog da
senadora, recém-levado ao ar.
A militância incluiu até um
slogan ("A cara do Brasil") ao
desenho, que lembra peça de
campanha que ficou famosa na
eleição do democrata Barack
Obama nos Estados Unidos.
A estratégia do PV para aproximar Marina Silva do eleitor
prevê também postagens no
Twitter, plataforma de microblog mais acessada do mundo.
A conta da senadora no serviço
(@silva_marina) revela a chegada tardia ao site: há dezenas
de homônimos e até "fakes", ou
seja, pessoas que se apropriaram de seu nome no microblog.
Outro problema é a ausência
de unificação de linguagem. Ao
mesmo tempo em que Marina
conversa com simpatizantes,
há postagens que tratam a candidata em terceira pessoa -o
que revela que assessores, não
ela própria, usam a ferramenta
em determinados momentos.
Ramirez diz que uma equipe
vai colaborar com a atualização
do site, o que não significará
terceirização de opinião, afirma ele. "Marina é recém-incluída no mundo digital. Está
entusiasmada com as possibilidades de relacionamento na internet e será atuante na sua
presença on-line."
Os pré-candidatos Dilma
Rousseff (PT) e José Serra
(PSDB) não têm sites oficiais.
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