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Foco
Impeachment foi uma grande farsa, diz Collor em 1º discurso no Senado
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No primeiro discurso como senador, o ex-presidente
Fernando Collor de Mello
(PTB-AL) deu sua versão sobre o processo de impeachment, que considerou uma
"grande farsa" e uma "sucessão de afrontas ao Estado democrático de Direito".
O Senado, que cassou seus
direitos políticos em 1992,
praticamente o absolveu politicamente ontem. Dos 16
senadores que fizeram apartes a seu discurso, só Aloizio
Mercadante (PT-SP) o contestou. Recebeu apoio, por
exemplo, do presidente do
PSDB, Tasso Jereissati (CE),
e do líder tucano, Arthur Virgílio (AM). Alguns fizeram
mea-culpa e Romeu Tuma
(PFL-SP), que foi secretário
da Receita e diretor da PF no
governo Collor, chorou.
Collor também chorou durante seu pronunciamento,
que durou três horas e meia
e foi calcado em supostos
"abusos" cometidos pela CPI
que investigou o esquema
PC Farias e "atropelos" resultantes da falta de apoio
que possuía no Congresso.
Ele finalizou dizendo que
não veio "lastimar o passado", e sim para "sepultar de
vez essa dolorosa lembrança". O presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), que foi líder de seu governo na Câmara e o primeiro político a romper com ele,
também o reabilitou. "Só a
democracia proporciona um
espetáculo exuberante como
esse. O pronunciamento de
Vossa Excelência cala fundo
neste Senado."
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