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PT quer retratação de Ciro e já admite lançar Mercadante
Entrevista de ex-ministro à Folha gera reação dura de petistas, que veem enterrada possibilidade de que ele dispute governo de SP
Para o presidente do PT estadual, deputado, ao dizer que partido é um desastre, pôs fim lamentável a diálogo que envolvia nove siglas
DA REPORTAGEM LOCAL
A construção de uma candidatura do PT ao governo de São
Paulo ganhou fôlego ontem, devido à forte reação dos petistas
à entrevista do deputado federal e ex-ministro Ciro Gomes
(PSB) à Folha.
Para os petistas, ao atacar o
PT-SP de forma explícita, Ciro
colocou-se definitivamente fora da disputa no Estado e enterrou a possibilidade de se
apresentar como o candidato
numa ampla coalizão -de pelo
menos nove partidos.
O PT afirmou que manterá o
diálogo com o PSB, mas condicionou a continuidade da conversa com Ciro a uma retratação. A candidatura do senador
Aloizio Mercadante (PT-SP) ao
governo passa a ser tratada, a
partir de agora, como a possibilidade mais viável.
"Na prática, infelizmente, o
Ciro acaba pondo fim a um
processo que poderia ter outro
desfecho. A fala dele está fora
de sintonia com o que construímos. O PT de SP se unificou, procurou Ciro, ofereceu a
possibilidade de ele ser candidato apoiado de forma unificada", disse Edinho Silva, presidente do PT-SP.
À Folha Ciro criticou a "eficiência medíocre do PSDB" e
afirmou que o "PT em São Paulo é um desastre". O ex-ministro explicou que não falava de
gestões petistas, mas da crise
de credibilidade e confiabilidade em razão do envolvimento
de membros do PT em escândalos, como o do mensalão.
Em nota assinada por Edinho, o PT-SP diz que "o diálogo
só pode ser mantido se existir
um esclarecimento público que
restabeleça a relação de respeito e confiança".
Tão logo petistas tomaram
conhecimento da entrevista,
deu-se início a uma reação em
cadeia que obrigou Edinho a
condenar publicamente as declarações. A Folha apurou que
Mercadante foi um dos que
exigiram uma resposta dura.
Nos bastidores, o PT faz duas
avaliações: ou Ciro decidiu jogar todas as fichas na disputa
presidencial ou ainda acredita
que o governador José Serra
(PSDB-SP) recuará e não será o
candidato tucano à sucessão de
Lula, o que lhe abriria caminhos para uma aliança com o
governador Aécio Neves
(PSDB-MG). Para os tucanos,
essa hipótese é improvável.
(MALU DELGADO)
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