São Paulo, Terça-feira, 16 de Março de 1999
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PAINEL

Manda quem pode...

A redução do IOF sobre a entrada de capital especulativo no país, de 2% para 0,5%, foi uma exigência do FMI, que recomendava a simples abolição do imposto. O Fundo está preocupado em tentar manter elevado o nível das reservas cambiais do Brasil.

Sólido como água

Em abril de 97, houve a 1ª redução forte no IOF sobre capital especulativo (de 7% para 2%). No começo deste ano, Chico Lopes (ex-BC) disse que a medida, tomada após a crise da Ásia, foi um erro. As reservas que atraiu se evaporaram após a crise russa.

Mingau para banqueiros

Caciques da base de FHC ficaram contrariados ao saber que o governo informara a bancos estrangeiros qual a taxa de juro real que quer em 2001 (7,8%). Acham mais fácil Wall Street obter informação sobre a política econômica do que o Congresso.

No escuro

O Ministério das Minas e Energia ainda tem mais perguntas do que respostas sobre o blecaute. O raio é uma justificativa simplista. Tourinho terá explicações definitivas em duas ou três semanas.

Pano pra manga

Representantes de centrais sindicais discutem em audiência pública amanhã na Câmara uma estratégia conjunta com deputados para reivindicar reposição salarial. Jandira Feghali (PC do B-RJ) tem projeto com gatilho quando a inflação atingir 5%.

Contagem regressiva

O Senado marcou para o dia 24 a sabatina de Sérgio Amaral, indicado para a embaixada em Londres. O porta-voz de FHC reservou as manhãs para se preparar. Rubens Barbosa, que troca Londres por Washington, deve ser sabatinado no início de abril.

Mesmo assim é feio

Flagrado quando chamava de "aleijado" o deficiente físico Jerônimo Siqueira, eleito anteontem para a Executiva Nacional do PTB, o deputado Albérico Cordeiro (AL) diz que o indicou e explica: ""Nunca faria isso por preconceito. Foi brincadeira".

Na sobra

Apostando no declínio do malufismo, o PFL vê chance de crescer em São Paulo, onde sempre foi fraco. Ao deixar o secretariado de Pitta, o partido tenta se preservar do escândalo da máfia dos fiscais e ter fôlego para ser a alternativa de direita no Estado.

Exige pagamento alto

O PFL, que só abandona cargos em grau de desespero, diz que foi barato deixar o secretariado do prefeito Pitta. Desejava mais espaço. Pediu 4 secretarias. Levou 2 em 98. E perdeu uma (Bem-Estar Social) recentemente.

Mosca azul à solta

Reunida ontem, a cúpula paulista do PFL liberou Luiz Antônio de Medeiros e Afif Domingos a sonhar com a eleição paulistana em 2000. Mesmo que seja apenas para barganhar, o partido diz que terá candidato a prefeito.

Síndrome de Itamar

O vice-prefeito de SP, Régis de Oliveira, está se afastando de Pitta de novo. Voltou a sonhar com o impeachment do titular.

Não colou

O PPB paulista derrubou ontem a proposta de Jorge Yunes, aliado de Pitta, de limitar a alçada da comissão de ética do partido aos vereadores acusados de integrar a máfia dos fiscais. A decisão abre uma porta para a sigla enquadrar também o prefeito.

Agrado de caso pensado

A articulação para levar o pefelista Tourinho (Minas e Energia) para a presidência do Conselho de Administração da Petrobrás contou com a ajuda de Zylbersztajn (ANP). Com trânsito no PSDB, Tourinho, ligado a ACM, pode abrir caminho para um tucano da gema presidir a estatal.

Visita à Folha

O senador Sérgio Machado (PSDB-CE) visitou ontem a Folha. Estava acompanhado do assessor de imprensa, José Antonio Reguffe.

TIROTEIO

De Antenor Braido, secretário de Comunicação Social paulistano, sobre o vereador José Eduardo Cardozo (PT) ter dito que Pitta estrela o filme ""O Exterminador do Futuro", porque a corrupção nas Administrações Regionais ameaça o futuro político do prefeito e de Maluf:
- Quando secretário, Cardozo virou especialista em comprometer o futuro da cidade. Deixou a dívida da tentativa de desapropriar a mansão Matarazzo e criou uma dívida trabalhista de R$ 100 milhões por tentar reduzir salário por decreto.

CONTRAPONTO

Leilão em outras paragens
Entre os pequenos partidos, o desempenho do PTB nas últimas eleições surpreendeu: tinha uma bancada de 23 deputados e conseguiu eleger 31 em outubro.
Mas a alegria durou pouco. No troca-troca partidário, o PTB levou a pior e perdeu oito deputados. Cada vira-casaca tem uma explicação, mas a que Osvaldo Biolchi (PMDB-RS) deu a Fernando Henrique Cardoso deixou o presidente desconcertado.
Há cerca de duas semanas, Biolchi participou de um encontro de seu novo partido com o presidente. Ao vê-lo, FHC perguntou:
- O que é isso, mudando de partido?!
- Fui obrigado... fui expulso do PTB!
FHC estranhou. O deputado não escolheu meias-palavras. Referindo-se a Roberto Jefferson (RJ), um ex-integrante da tropa de choque de Collor, explicou:
- O PTB não elegeu um líder, presidente. O PTB elegeu um liquidante!


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