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CONSTITUIÇÃO
Pimenta da Veiga diz que voto distrital e fim de coligação estarão em discussão a partir da semana que vem
Aliados iniciam debate da reforma política
e da Sucursal de Brasília
O ministro das Comunicações,
Pimenta da Veiga, disse ontem no
Rio que os líderes dos partidos que
apóiam o governo iniciarão o debate sobre a reforma partidária na
próxima semana, quando ele prevê
que estará concluída a votação da
CPMF (Contribuição Provisória
sobre Movimentação Financeira).
A reforma começa a ser discutida
na CCJ (Comissão de Constituição
e Justiça) do Senado.
Serão colocados em discussão,
segundo Pimenta, a adoção do voto distrital misto (no qual os Estados são divididos em distritos, que
elegem um candidato por área
-além da bancada de parlamentares eleitos pelo voto proporcional, como ocorre hoje), o aumento
da exigência do prazo mínimo de
filiação para os candidatos concorrerem às eleições e o fim das coligações para Câmaras Municipais,
Assembléias e Câmara dos Deputados.
Será discutida também a redução
do poder das pequenas agremiações. Partidos que não conseguirem pelo menos 5% dos votos não
deverão ter acesso à propaganda
eleitoral gratuita nas rádios e TVs
nem ao fundo partidário.
Pimenta da Veiga negou que os
partidos que apóiam o governo
Fernando Henrique Cardoso queiram eliminar os partidos "nanicos". O objetivo, segundo ele, é não
tratar igualmente partidos que tenham desempenho eleitoral muito
diferenciado.
""Quem tiver voto fica no Congresso. Quem não tiver não fica.
Quem vai decidir é o povo."
O ministro disse que o governo
não se envolverá nas discussões.
""O assunto será conduzido pelas
lideranças partidárias, não pelo
governo", afirmou.
Financiamento público
O PT reagiu ontem contra a decisão de PFL, PSDB e PMDB de
abandonar a proposta de financiamento público das campanhas
eleitorais.
A decisão dos partidos governistas pode dificultar a tramitação da
reforma política.
"O financiamento público foi a
única proposta de reforma política
que teve apoio de todo mundo. Começar a reforma política pela fidelidade partidária é colocar uma camisa de força na base governista",
disse o senador José Eduardo Dutra (PT-SE).
Segundo ele, tirar o financiamento público da pauta vai transformar a reforma "num arremedo
para favorecer o governo" e vai
permitir a continuidade do abuso
do poder econômico nas campanhas eleitorais.
No ano passado, o financiamento público havia sido incluído pelo
PSDB entre as propostas de reforma política que teriam tratamento
prioritário durante a tramitação.
Na semana passada, durante um
café da manhã na casa do presidente nacional do PFL, senador
Jorge Bornhausen (SC), as cúpulas
dos partidos governistas decidiram retirar o financiamento público da pauta.
Segundo o líder do PSDB no Senado, Sérgio Machado (CE), a
idéia do financiamento público foi
abandonada porque o Orçamento
da União não dispõe de recursos
para aplicar em campanha eleitoral.
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