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Dilma é convocada agora para falar de dossiê
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A oposição surpreendeu de
novo a base aliada ao governo e
aprovou ontem a convocação
da ministra Dilma Rousseff
(Casa Civil) para mais uma audiência na Comissão de Infra-Estrutura. Dessa vez ela foi
convocada para falar exclusivamente sobre o dossiê que revelou dados do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso.
Ontem a Folha revelou que,
na opinião do delegado da PF
encarregado da investigação, é
um dossiê a base de dados
montada dentro do Planalto.
Presidida por Marconi Perillo (PSDB-GO), a Comissão de
Infra-Estrutura já havia aprovado na semana passada requerimento convocando Dilma para falar sobre o andamento do
PAC (Programa de Aceleração
do Crescimento). Na oportunidade, a base também foi pega
de surpresa, pois não marcou
presença na reunião.
"A oposição quer dar um golpe com essa estratégia rasteira.
Colocou em votação um requerimento sem que a comissão tivesse uma agenda de votações
hoje", disse Ideli Salvatti (SC),
líder do PT no Senado.
Para os tucanos, o fato de a
PF sinalizar que o documento é
um dossiê torna indispensável
a presença de Dilma. "A PF reconheceu que o dossiê é um
dossiê da medida do tamanho
da confusão que está por dentro do governo", disse o senador Sérgio Guerra (PE).
Ao saber da votação do novo
requerimento, o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR),
deslocou-se para a comissão e
mobilizou senadores da base
aliada para reverter a decisão.
Ele apresentou um requerimento de recurso ao plenário
da comissão contestando a
convocação de Dilma. "Isso
não é regimental. Essa comissão trata de infra-estrutura",
disse. Perillo negou o pedido
sem submetê-lo à votação.
Mais tarde, em reunião de líderes, Jucá ameaçou esvaziar
as comissões caso Marconi não
voltasse atrás. O tucano prometeu pedir um parecer à consultoria do colegiado. "Se for
regimental, eu coloco o requerimento do Jucá em votação
nesta quinta-feira [amanhã]."
Dilma prometeu comparecer
ao Senado para falar do PAC a
partir do dia 29. Em princípio,
a oposição pressionou para que
o depoimento fosse hoje. Mas,
como a Folha publicou ontem,
Lula determinou à ministra
que retardasse o depoimento.
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