São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 2008

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Dilma é convocada agora para falar de dossiê

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A oposição surpreendeu de novo a base aliada ao governo e aprovou ontem a convocação da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) para mais uma audiência na Comissão de Infra-Estrutura. Dessa vez ela foi convocada para falar exclusivamente sobre o dossiê que revelou dados do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Ontem a Folha revelou que, na opinião do delegado da PF encarregado da investigação, é um dossiê a base de dados montada dentro do Planalto.
Presidida por Marconi Perillo (PSDB-GO), a Comissão de Infra-Estrutura já havia aprovado na semana passada requerimento convocando Dilma para falar sobre o andamento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Na oportunidade, a base também foi pega de surpresa, pois não marcou presença na reunião.
"A oposição quer dar um golpe com essa estratégia rasteira. Colocou em votação um requerimento sem que a comissão tivesse uma agenda de votações hoje", disse Ideli Salvatti (SC), líder do PT no Senado.
Para os tucanos, o fato de a PF sinalizar que o documento é um dossiê torna indispensável a presença de Dilma. "A PF reconheceu que o dossiê é um dossiê da medida do tamanho da confusão que está por dentro do governo", disse o senador Sérgio Guerra (PE).
Ao saber da votação do novo requerimento, o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), deslocou-se para a comissão e mobilizou senadores da base aliada para reverter a decisão.
Ele apresentou um requerimento de recurso ao plenário da comissão contestando a convocação de Dilma. "Isso não é regimental. Essa comissão trata de infra-estrutura", disse. Perillo negou o pedido sem submetê-lo à votação.
Mais tarde, em reunião de líderes, Jucá ameaçou esvaziar as comissões caso Marconi não voltasse atrás. O tucano prometeu pedir um parecer à consultoria do colegiado. "Se for regimental, eu coloco o requerimento do Jucá em votação nesta quinta-feira [amanhã]."
Dilma prometeu comparecer ao Senado para falar do PAC a partir do dia 29. Em princípio, a oposição pressionou para que o depoimento fosse hoje. Mas, como a Folha publicou ontem, Lula determinou à ministra que retardasse o depoimento.


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