DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Escolhido como reitor temporário da UnB, o professor Roberto Armando Ramos de Aguiar, 67, disse ter um "enorme pepino" nas mãos e criticou as gestões anteriores. "O grande problema é que a UnB foi encampada por um grupo que se fechou e não deixou a universidade participar", disse, antes de ser nomeado pelo ministro Fernando Haddad (Educação).
Filiado ao PT, Aguiar é professor de direito aposentado da UnB e ligado ao ex-reitor Cristovam Buarque, hoje senador pelo PDT. Já foi membro da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça e atuou como secretário de Segurança nos governos petistas de Benedita da Silva, no Rio, e de Cristovam, no DF. Estava à frente da secretaria quando dois moradores de uma invasão no DF foram mortos por policiais. Ele afirmou, ontem, que os policiais já foram punidos.
Em entrevista coletiva, disse que o gasto de R$ 470 mil na decoração do apartamento funcional do então reitor, Timothy Mulholland, foi, "no mínimo, um tremendo erro administrativo" e que "houve falta de maturidade política que levou a ações menos nobres".
Aguiar afirmou, no entanto, que não defenderá grupos na universidade e que abrirá diálogo com todos os segmentos.
O novo reitor "pro tempore" foi o mais votado de uma lista tríplice aprovada no conselho universitário, que engloba representantes de professores, funcionários e alunos.
Aguiar terá a tarefa de encaminhar votação para reitor e vice em até 180 dias -90 prorrogáveis por mais 90. Além das eleições, ele disse que pretende liberar o prédio da reitoria "com diálogo", verificar contas e pagamentos da universidade e instalar investigação interna, inclusive das fundações. Ontem a invasão completou 12 dias. Ele afirmou que não utilizará o carro da reitoria nem o imóvel funcional. (JOHANNA NUBLAT E ANGELA PINHO)


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