São Paulo, quinta-feira, 16 de abril de 2009

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outro lado

Gabrielli nega objetivo político e ataca Geddel

DO PAINEL
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, negou ontem o suposto uso político no patrocínio da estatal a festas de São João na Bahia e acusou o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), adversário de seu grupo político na Bahia, de articular uma "ação" contra ele e a empresa.
Sobre a possibilidade de o patrocínio alavancar uma eventual candidatura sua ao Senado, Gabrielli disse: "Não é verdade. É fruto de uma ação política do senhor Geddel Vieira Lima".
Na Bahia, Geddel é opositor do governador Jaques Wagner (PT), de quem Gabrielli, baiano e ex-candidato ao governo do Estado, é aliado.
A Petrobras afirma que sua relação com a ONG Aanor é contratual, e que o montante transferido se refere a "patrocínio a um projeto apresentado pela associação e aprovado pela companhia". Diz ainda que a organização do São João, festa tradicional no Nordeste, é responsabilidade das prefeituras.
A contrapartida do patrocínio seria a exposição da logomarca da Petrobras nas festas, "com grande concentração de público". A empresa diz também que a contratação da ONG facilitou a fiscalização das ações realizadas. "Foi celebrado um contrato com a instituição, ao invés de 26 [com as prefeituras]. A instituição acompanhou todas as etapas de realização do evento em cada cidade."
Sobre o assessor Rosemberg Pinto, a empresa afirma que, "desde julho de 2008, ele não atua na área responsável por patrocínios e não exerce suas atividades profissionais na Bahia", contrariando relatos de prefeitos que dizem ter sido abordados por Rosemberg a respeito do próximo São João.
O PT da Bahia divulgou nota na qual afirma que "não designou nenhuma pessoa para intermediar quaisquer interesses que lhe são afetos" e que "ninguém mais apurou e puniu agentes públicos envolvidos em irregularidades ou improbidades do que o governo Lula".
"Especulações envolvendo a empresa e seus dirigentes filiados ao PT configuram tentativa de macular o PT", diz o texto.
O deputado estadual Paulo Rangel diz que sua assessora Adelnira de Sena assumiu o comando da ONG há pouco tempo e que, se há indício de irregularidade, deve ser apurada. "Se é dado título de utilidade pública a uma instituição e ela faz alguma coisa errada, deve ser responsabilizada", disse.


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