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STF concede a Dantas acesso a documentos de comissão
Habeas corpus dá a banqueiro direito de ficar calado durante depoimento à CPI
Segundo decisão do ministro Marco Aurélio Mello, Dantas não pode ser preso e terá assistência de seu advogado durante sessão da comissão
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro do STF (Supremo
Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello determinou ontem
que o banqueiro Daniel Dantas
tenha acesso a todos os documentos, inclusive os sigilosos,
em posse da CPI dos Grampos
em seu depoimento que está
marcado para hoje.
Além disso, o ministro concedeu ao dono do Opportunity
o direito de ficar calado e não
"produzir provas contra si mesmo" em seu depoimento.
Dantas também não pode ser
preso e será acompanhado por
seu advogado, ficando permitido a comunicação com ele durante a sessão da comissão.
De acordo com Mello, as "peças de qualquer natureza" devem ficar "ao alcance" de Dantas e de seus advogados.
Em seu pedido feito anteontem ao Supremo, o banqueiro
mostrou-se particularmente
interessado em ter acesso à integra do depoimento do delegado Amaro Vieira Ferreira, da
Corregedoria da Polícia Federal, que foi ouvido em novembro de 2008, durante sessão secreta da CPI. Ferreira é o responsável pela investigação de
supostos abusos cometidos pelo delegado Protógenes Queiroz durante as investigações da
Operação Satiagraha.
Dantas foi preso em junho do
ano passado pela operação da
PF acusado de corrupção ativa
e de crimes financeiros. Foi solto após obter dois habeas corpus concedidos pelo Supremo.
Em dezembro, o banqueiro
foi condenado em primeira instância a dez anos de prisão e a
multa por corrupção ativa pela
tentativa de subornar um delegado. Ele aguarda julgamento
de recurso em liberdade.
Mello diz, em sua decisão de
ontem, que Dantas deve ser ouvido como investigado, e não
como testemunha. Ele autorizou o banqueiro a "não assinar
termos ou firmar compromisso
na condição de testemunha".
Informados da decisão do
STF ontem à noite, os integrantes da CPI afirmaram que manteriam o depoimento para hoje.
Só não é possível prever se o
banqueiro terá acesso a todos
os documentos. No ano passado, Dantas prestou depoimento à CPI também protegido por
um habeas corpus.
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