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PRIVATIZAÇÃO
Governador é contido para não brigar com sindicalista que protestava contra leilão da Eletropaulo em SP
Irritado, Covas discute com manifestantes
da Reportagem Local
O governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), quase chegou
ontem às vias de fato ao reagir a
manifestantes contrários à privatização da Eletropaulo que o agrediram verbalmente.
Covas fez menção de dar um soco no diretor da Federação dos
Bancários Wagner Pinheiro, da
CUT (Central Única dos Trabalhadores). Contido por assessores
que o acompanhavam, Covas ficou ainda mais irritado: "Tira a
mão de mim. Eu sou o governador
e ando onde quiser".
O episódio ocorreu quando Covas saiu do prédio da Bovespa, onde se realizou o leilão da Eletropaulo, e se dirigiu a pé à sede da
Secretaria de Estado de Esportes e
Turismo.
Na curta caminhada, de aproximadamente 30 metros, pelo calçadão da rua 15 de Novembro, no
centro de São Paulo, Covas foi
chamado de "safado", "ladrão" e
"entreguista". Um cordão formado por aproximadamente 50 policiais militares manteve o governador apartado dos manifestantes,
que atiraram bandeiras e pedaços
de faixas contra Covas.
Wagner Pinheiro disse ter dito a
Covas que ele estava entregando
todo o patrimônio do Estado. "Aí
ele me chamou de safado. Eu disse:
safado é você (Covas)".
Na Secretaria de Turismo, onde
inaugurou um espaço cultural,
Covas discursou contra os manifestantes. "Quero dizer em alto e
bom som que este governador não
vai abrir mão de transitar por algum lugar só porque há alguma
manifestação contrária a ele."
Covas disse que se reservava o
direito de reagir às agressões. "É
uma pena que como governador
não posso responder no mesmo
tom." Lembrando que foi eleito
para o cargo, Covas afirmou: "o
dia em que não puder andar nas
ruas, deixarei de ser governador".
(BERNARDINO FURTADO)
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