São Paulo, quinta-feira, 16 de maio de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Pré-candidato minimiza importância de pesquisas, mas afirma que "boato" é reação a seu crescimento

Ciro diz que aliança do PPS com Collor é "boataria política"

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

PATRICIA ZORZAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O pré-candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes, negou ontem a possibilidade de aliança com o ex-presidente Fernando Collor de Mello em Alagoas.
"Veja como se faz a fraude. Quando você começa a crescer nas pesquisas, vem esta boataria política. Isso saiu da central de boatos montada pelo esquema de propaganda do candidato oficial [referência ao pré-candidato tucano José Serra"", disse Ciro.
O pré-candidato do PPS disse que falar de um acordo entre ele e Collor "seria como se dissessem que o Serra está fazendo acordo com o ex-senador Jader Barbalho (PA) porque está negociando o apoio do PMDB".
A direção do PPS de Alagoas divulgou nota oficial ontem afirmando que em nenhum momento cogitou a possibilidade de fazer aliança política com Collor. "O PPS alagoano não pretende desconhecer que há fortes razões políticas que tornam impraticável uma aliança com o ex-presidente", diz a nota.
Ciro também procurou minimizar a importância dos resultados da pesquisa Datafolha divulgada ontem. "Uma pesquisa a tal distância das eleições é mais um sinal da notoriedade dos candidatos do que uma escolha reflexiva do eleitor, que sai de casa de madrugada mais preocupado com a violência urbana, com as epidemias, do que com nomes de candidatos."
Questionado sobre o crescimento de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ironizou: "Tudo que sobe, desce. Além disso, sou o único candidato que não teve a chance de apresentar o seu programa de governo. Quando apresentar a minha proposta, vou crescer".

Convenções
Como parte de uma estratégia para conquistar o maior colégio eleitoral do país, as convenções nacionais dos partidos que apóiam a pré-candidatura de Ciro serão realizadas em Pindamonhangaba, cidade natal do ex-ministro, no Estado de São Paulo.
Com isso, o comando de campanha de Ciro pretende chamar a atenção do eleitorado para o fato de que o ex-ministro, comumente identificado com o Ceará, Estado em que ocupou cargos de prefeito e de governador, é paulista.
A idéia surgiu durante reunião do comando político da campanha do ex-ministro realizada anteontem, em Brasília.
Pesquisas qualitativas contratadas pela Frente Trabalhista -PPS, PDT e PTB- demonstraram que o eleitor é surpreendido pela informação de que o pré-candidato nasceu no interior do Estado, onde viveu até os quatro anos de idade.
O município, administrado por um prefeito do PSDB, é também a cidade natal do governador tucano Geraldo Alckmin.


Colaborou a Agência Folha



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