DA REPORTAGEM LOCAL

A seis meses da eleição, Paulo Maluf (PP) lançou sua primeira promessa de campanha: extinguir as taxas de lixo e de luz criadas pela prefeita Marta Suplicy (PT) no ano passado. Para administrar a cidade, disse ele, não é preciso criar uma "histeria fiscal". "Meu primeiro ato como prefeito, após tomar posse no dia 1º de janeiro de 2005, será revogar as taxas do lixo e da luz. São Paulo pode viver sem isso", disse -a previsão da Prefeitura de São Paulo para 2004 é recolher cerca de R$ 330 milhões por meio dos dois tributos.
Maluf recorreu à sua própria administração (1993-1996) para defender a proposta e criticar, ainda que de forma indireta, a gestão petista. "Eu fui prefeito sem esses tributos e governei bem. Tinha um Orçamento de R$ 6 bilhões e mudei a cara de São Paulo. Hoje o Orçamento é de quase R$ 14 bilhões."
Na área administrativa, disse que irá instituir o cartão de ponto para controlar a presença de funcionários públicos, como fez em sua gestão -apesar do controle, o Ministério Público paulista detectou fraudes promovidas por servidores fantasmas na gestão dele e na de Celso Pitta.
A sugestão malufista é uma crítica ao que chama de "fúria petista" na nomeação de novos servidores -a prefeitura anunciou a criação de 10.441 vagas no serviço público municipal e realizará, até dezembro, pelo menos 11 concursos para preencher as vagas.
"Não quero acusar ninguém. Mas, no mínimo, causa estranheza o fato de, na véspera de uma eleição, a prefeitura promover uma fúria de nomeações. O PT, por meio de seu estatuto, cobra uma taxa dos funcionários de livre provimento. Ou seja, quanto mais funcionários, mais o partido fica rico." Sempre otimista quando o assunto é campanha eleitoral, Maluf afirmou que, se for eleito, não irá promover uma perseguição ao governo de Marta.
"A dona Marta, quando eu a substituir, poderá ficar absolutamente tranqüila e ir para casa sossegada. Não haverá perseguição. Eu vou administrar a cidade dentro das regras de uma administração moderna", disse Maluf.
Incorporando a frase clássica de Martin Luther King Jr. (1929-1968), "Eu tenho um sonho...", o ex-prefeito afirmou ter vários sonhos para a cidade.



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