São Paulo, terça-feira, 16 de maio de 2006

Próximo Texto | Índice

PAINEL

Carta na manga
Lula e auxiliares chegaram a discutir a possibilidade de enviar tropas federais a São Paulo mesmo sem solicitação do governo estadual, sob o argumento de que a ofensiva do PCC tem características de terrorismo. Prevaleceu, porém, a opção por medidas negociadas com a administração Claudio Lembo.

Prontidão
As Forças Armadas estão mobilizadas desde ontem para o caso de ser acertado algum tipo de ajuda a São Paulo. Nesse caso, já se sabe que o contingente será maior que o enviado ao Rio de Janeiro, de 6 mil homens.

Aliança trincada
Em privado, muitos tucanos reprovam a recusa do pefelista Lembo em aceitar a participação de forças federais no combate às ações criminosas que desde sexta-feira atingem São Paulo.

Cara pálida
Pergunta repetida ontem por políticos, em referência à declaração de Lembo de que a situação está "sob controle": "Sob controle de quem?".

Prazo de validade
Ninguém aposta que Lembo vá mexer na equipe enquanto o circo estiver pegando fogo, mas cresce a percepção de que o secretário Nagashi Furukawa (Administração Penitenciária), herdado de Alckmin e de Covas, não termina o governo.

Passando a bola
O Ministério Público de São Paulo fará reunião com as empresas de telefonia. Vai incumbi-las de providenciar uma solução técnica que inviabilize o uso de celulares nos presídios.

Oitava acima
Em NY, Aloizio Mercadante iniciou entrevista sobre os ataques do PCC pedindo desculpas caso "errasse o tom". Não era cuidado político: gripado, o candidato petista ao governo não estava escutando pelo ouvido esquerdo. Temia gritar demais.

Um dia...
Fernando Collor deu entrevista ao "Programa do Mução", um fenômeno de audiência em rádios nordestinas, indo à forra contra Lula. Foi reproduzida entrevista de Lula, em 1992, na qual o petista apontava "a ganância, a vontade de roubar e a corrupção" do então presidente.

... depois do outro
Depois de ouvir Lula, Collor tripudiou sobre a crise atual. Disse que seu impeachment se deveu a deputados "safados", entre os quais citou José Genoino e José Dirceu. "Quadrilha quem montou foi ele [Lula], e aí estão as provas, diariamente."

Tempo útil
O PT definiu a data da oficialização da campanha reeleitoral: 23 de junho, a uma semana do prazo final, para que Lula aproveite ao máximo a vida de candidato não-assumido. A sigla pretende reunir 3.500 pessoas no Minas Tênis Clube de Brasília.

Sedex
Dos 94 pefelistas que escolherão o vice de Geraldo Alckmin, pelo menos um votará à distância. Vice-governador da Bahia, Heraldo Tinoco passa por tratamento de saúde e pretende mandar o voto pelo Correio.

Nova remessa
Os presidentes da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), receberam ontem novos dados sobre a Operação Sanguessuga do juiz Jeferson Schneider, da 2ª Vara de Mato Grosso. Ele investiga os parlamentares citados no escândalo.

Sobreviventes
Em tempos de mensalão e Sanguessuga, o site Congresso em Foco fez enquete com jornalistas para eleger os melhores parlamentares. Na Câmara, venceu Fernando Gabeira (PV-RJ). No Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP). A lista vai ao ar hoje.

TIROTEIO

Do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), sobre a idéia de votar um pacote de medidas na área de segurança pública como resposta à onda de violência em São Paulo:
-Votar novas leis não resolve o problema. O foco tem de ser nas medidas administrativas, como controlar o uso de celulares em presídios e reforçar a área de inteligência.

CONTRAPONTO

Fim de festa

Em 1988, Franco Montoro, Mário Covas e José Serra realizaram uma série de viagens pelo país para tentar fortalecer o PSDB, que acabara de ser criado como dissidência do PMDB.
Durante uma visita ao Vale do Paraíba, na qual estavam acompanhados de Geraldo Alckmin, hoje candidato do partido à Presidência da República, os tucanos chegaram muito atrasados à Câmara Municipal de uma pequena cidade da região.
Foram recepcionados por apenas três vereadores, que insistiram em aguardá-los.
Mesmo esvaziado, o evento foi levado adiante, e Montoro decidiu fazer um discurso. Poucos minutos depois, dois dos três vereadores presentes começaram a dormir no plenário.
Montoro, que deixara o governo paulista um ano antes, não agüentou a situação e encerrou:
-Agradeço muito, mas muito mesmo, a recepção calorosa!


Próximo Texto: Delúbio pediu dinheiro ao Opportunity, diz ex-sócio
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.