São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Tempo instável

A hesitação de José Aparecido Nunes Pires em comparecer à PF preocupa os governistas da CPI dos Cartões. Eles temem que o funcionário exonerado da Casa Civil, suspeito de ter vazado o dossiê de gastos de FHC, seja menos confiável do que imaginavam.
O fracasso na tentativa de conseguir um habeas corpus no STF só aumentou o desconforto. Na tropa de choque, há quem fale em adiar o depoimento marcado para terça na CPI. Uma medida já foi acertada: nada de acareação entre Aparecido e André Fernandes, que recebeu o dossiê por e-mail. O esforço agora é para conseguir o teor do depoimento de Fernandes, assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), antes de terça, e, se possível, antes de Aparecido ir à PF.



Vacina. Na avaliação de aliados, Carlos Minc saiu atirando no governador Blairo Maggi (PR-MT) antes mesmo de assumir o Ministério do Meio Ambiente na tentativa de aplacar a percepção geral de que ele será mais "pragmático" do que Marina Silva em relação ao desmatamento.

Financiadora. Apesar de sua posição histórica contra o aumento das florestas de eucalipto, Minc recebeu duas doações da gigante de celulose Klabin em sua campanha para deputado estadual, em 2006: R$ 20 mil em nome da empresa e outros R$ 9.492 do proprietário, Israel Klabin.

Gota em gota. Marina se queixou a amigos pelo fato de a política industrial recém-anunciada pelo governo Lula não contemplar nenhum tipo de incentivo à redução das emissões de gases, "na contramão" de iniciativas semelhantes em outros países.

Susto. Lula e José Luis Zapatero conversavam ontem no Palácio do Planalto sobre o último atentado do ETA na Espanha quando estourou a pilha do flash de um dos fotógrafos na cerimônia. A segurança ficou em polvorosa e foi verificar do que se tratava.

Prazo. O PSOL decidiu representar contra Paulinho da Força (PDT-SP) caso o corregedor da Câmara, Inocêncio Oliveira (PR-PE), não tome a iniciativa até terça. O partido avalia que já há elementos para que o pedetista seja investigado pelo Conselho de Ética.

É com você. A confirmação do apoio do PTB a Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo elevará a pressão do PT para que Lula entre em campo a fim de atrair os partidos do "bloquinho" para Marta Suplicy, até agora a única dos três principais candidatos que não fechou nenhuma aliança.

Sem chance. Aldo Rebelo (PC do B-SP), o pré-candidato colocado pelo bloco, tem dito e repetido que não haverá recuo. Nas palavras de um aliado, "não há santo" que o faça aceitar ser vice de Marta. Nem São Lula? "Nem ele".

Tropa. Campos Machado, presidente do PTB-SP, diz que a partir de agora Alckmin terá "um exército trabalhista" a serviço de sua candidatura.

Reviravolta. Alckmin, que caminhava para entregar a comunicação da campanha a Lucas Pacheco, autor de inserções com o ex-governador destinadas ao próximo lote de propaganda partidária do PSDB, mudou de rumo e deve fechar com o marqueteiro baiano Marcelo Simões.

Termômetro. A despeito da ofensiva do prefeito Gilberto Kassab (DEM), que tenta ampliar ainda mais seu arco de alianças, a tendência do PPS é manter a candidatura da vereadora Soninha.

Em vão. A aprovação do PT de Minas Gerais à proposta de aliança com o PSDB na eleição de Belo Horizonte, sustentada pelo prefeito Fernando Pimentel, se deu a despeito dos esforços do ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, que telefonou pessoalmente para os membros do diretório estadual do partido na tentativa de conseguir resultado contrário.<

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

Não há problema em o ministro não ser da Amazônia, mas o governo certamente precisará de alguém que conheça a região. E com certeza não é o Mangabeira Unger.

Do deputado FERNANDO GABEIRA (PV-RJ), sobre escolha de Carlos Minc (PT-RJ) para substituir Marina Silva e o fato de a gestão do plano para a Amazônia ter sido entregue ao ministro do Longo Prazo.

Contraponto

Densidade eleitoral

Floriano Pesaro, até recentemente secretário do Desenvolvimento Social e agora candidato a vereador, encontrou por acaso, dias atrás, seu ex-chefe Gilberto Kassab numa churrascaria de um bairro nobre de São Paulo. O prefeito, que almoçava com o correligionário Jorge Bornhausen, fechou a cara ao cumprimentá-lo:
-Você está perdido, Floriano... Perdido...
O tucano empalideceu e já se perguntava o que havia feito de errado na secretaria quando Kassab abriu um largo sorriso e ensinou ao jovem candidato:
-Quer se eleger? Então pode começar a almoçar na periferia da zona sul ou da zona leste, não aqui!


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