Aliança é primeira costurada pelo tucano desde que anunciou sua candidatura; ele terá 4 minutos na TV

DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) definiu ontem o apoio do PTB à sua campanha pela Prefeitura de São Paulo. É a primeira aliança costurada pelo tucano desde que anunciou oficialmente ao partido, há quase um mês, seu desejo de concorrer à sucessão de Gilberto Kassab (DEM).
Com o apoio, Alckmin terá pelo menos cerca de quatro minutos em cada um dos dois blocos do horário eleitoral gratuito na TV, mas o acordo deve atrair também para a aliança o pequeno PSDC, de José Maria Eymael, aliado do PTB. Os petebistas, por sua vez, ganharam a indicação do vice de Alckmin.
Até ontem, o mais cotado para a vaga era o deputado estadual Campos Machado, que esteve à frente das negociações. Ele, no entanto, disse que ainda não há uma definição e que só deverá ocorrer no final do mês.
A aliança, antecipada pelo "Painel", deverá ser anunciada oficialmente na segunda-feira. Falta definir se os partidos formarão uma chapa proporcional de vereadores, um dos pleitos do PTB. Machado alega que, por ter desistido da candidatura própria, ele prejudicará os candidatos à Câmara de seu partido se abrir mão da coligação proporcional -em que as duas siglas dividem os votos.
Dentro do PSDB, a proposta encontra resistência por parte da bancada tucana na Câmara, que defendeu o apoio à Kassab.
O PTB tem quatro vereadores, contra 12 tucanos. A Juventude do PSDB se manifestou: "Isso explode ainda mais o partido. É ruim para quem tem mandato, é ruim para quem não tem", disse o presidente José Rubens Domingues.
O grupo de Alckmin, de seu lado, avalia que a situação dos vereadores do PSDB ficaria mais difícil se o partido fechasse com Kassab, que já tem o PR, o PMDB e o PV na aliança.
A aliança de Alckmin com o PTB deixou a ex-prefeita Marta Suplicy em situação complicada. A petista até agora não conseguiu definir um apoio que eleve seu tempo de TV. O principal alvo é o bloquinho formado por PSB, PC do B e PDT, sendo que este último, segundo a Folha apurou, estaria propenso a aceitar o convite e "implodir" o projeto dos três partidos de lançar candidato próprio.
Alckmin conta com Ciro Gomes para evitar que o PSB aceite indicar Luiza Erundina como vice de Marta. Ciro estaria trabalhando pela candidatura do bloco ou por um apoio ao tucano, o que deixaria Marta e José Serra, adversário de Alckmin, enfraquecidos para 2010.
Marta minimizou o apoio do PTB a Alckmin. "Os partidos fazem suas escolhas, faz parte da democracia." (JOSÉ ALBERTO BOMBIG E CATIA SEABRA)


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