São Paulo, quarta-feira, 16 de junho de 2004

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TODA MÍDIA

Nelson de Sá

Kerry e o Brasil

Andres Oppenheimer, do "Miami Herald" e da CNN em espanhol, ouviu John Kerry sobre a América Latina.
O presidenciável democrata ainda não delineou sua política para a região, mas disse que vai "dar muito mais atenção do que o presidente Bush".
Vai mesmo ou é só para ganhar votos hispânicos em outubro?, perguntou-se Oppenheimer. Uma declaração de Kerry, que se concentrou todo em Bush:
- Eu nunca vi administração menos focada, menos envolvida, menos diretamente proativa em relação à região. Quero dizer, o desengajamento é incrível.
Mais Kerry contra Bush:
- Em se tratando de Argentina ou Brasil ou a crise venezuelana, a administração não é respeitada nos círculos profissionais como tendo uma política séria.
O que não quer dizer que Kerry vá ter, se eleito. Oppenheimer cita alguns "testes reais":
- Se ele escolher um vice com ligações fortes com a comunidade hispânica ou a América Latina, como Bill Richardson.
- Se ele propuser um acordo especial, no qual os países da América do Sul seriam imunes às pressões protecionistas de seus apoiadores nos sindicatos.
- Se propuser elevar a função do enviado dos EUA à América Latina ao nível ministerial.
Do contrário, diz Oppenheimer, serão "palabras al viento".
 
Kenneth Maxwell, brasilianista, também falou de Kerry e o Brasil, em entrevista a Pedro Doria, do site Nomínimo. Maxwell:
- As pessoas reclamam que os EUA não dão atenção à América Latina, o que é verdade, mas há uma vantagem: o Brasil tem tido espaço para agir de formas muito inovadoras no cenário mundial. O caso do algodão foi importante. E houve o acordo relacionado à laranja. O Brasil não costumava conseguir essas vitórias. São parte do aumento da importância do país como ator internacional.
Segundo Maxwell, "esse grupo que Celso Amorim organizou é eficiente. É um novo fenômeno, o de países em desenvolvimento agindo em conjunto". À pergunta sobre qual é melhor para o Brasil, Kerry ou Bush, disse:
- Não sei se haverá diferença. Bush se mostrou um presidente vinculado a interesses de grandes empresas. Kerry não será muito diferente. Principalmente se vier a vencer com apoio de Pensilvânia e Iowa, onde sindicatos são fortes, ele será um protecionista.

GRANDES LICITAÇÕES

www.ibm.com.br/Reprodução
A Microsoft Brasil questionou o governo brasileiro por privilegiar o software grátis Linux, dias atrás. Anteontem, em reportagens do "Wall Street Journal" e do "New York Times", a IBM, pelo contrário, anunciou um "grande programa no Brasil para a venda de sistemas baseados em Linux". A IBM, que já tem entre seus clientes a Casas Bahia, vai atrás de "grandes bancos e entidades governamentais". É o primeiro passo de um amplo esforço que visa mercados emergentes, "incluindo China, Índia e Rússia".
E ontem a "Gazeta Mercantil" deu que há "expectativa", no setor, "de grandes licitações do governo federal para equipamentos e softwares" no segundo semestre, em áreas como Previdência Social e Correios.

O trem anda
A conversa da locomotiva está de volta. Da manchete do UOL, com dados do IBGE:
- São Paulo puxa crescimento da produção industrial no país.
E o detalhe, na Globo On Line, de que "o Rio foi o único a ter um desempenho negativo".

Em campanha
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, foi parar num CEU, a marca eleitoral de Marta Suplicy, como se viu na Record, na Band. Mas Lula fez mais, declarando, no registro da Globo On Line:
- Aqui em São Paulo estamos vencendo com trabalho e com perseverança o desafio de dar a todos condições dignas de vida. A cidade recuperou a auto-estima.
E por aí foi, ao lado de Marta.

"Lula lá"
Segundo "O Globo", Fernando Collor fez uma palestra sobre "marketing político" para 1.500 pessoas, em Natal (RN).
Disse que, na campanha de 89, muitas vezes se pegou "cantando o jingle de Lula no banho".

Promessas
O Jornal da Band vem cobrindo uma outra campanha eleitoral, na Fiesp. O tom é semelhante, com perguntas como "o que faria para criar emprego". E os candidatos "prometem criar empregos".

R$ 1 bi
A Globo já cobre o "buzz", mas a "Gazeta Mercantil" vê outro destaque na São Paulo Fashion Week, que começa hoje.
As vendas devem chegar a R$ 1 bilhão. Estão sendo esperados até "20 compradores estrangeiros, representantes de empresas de Mônaco, Dubai, Austrália".

Soja, o pânico
Dissemina-se o pânico, no caso da soja contaminada.
O ministro Roberto Rodrigues anunciou e adiou, na Globo, uma viagem de técnicos à China.
O governador do Rio Grande do Sul saiu declarando ao "Correio do Povo" e ao "Zero Hora" que também vai para a China.
Até o ministro Luiz Furlan saiu a campo, na Globo News, para tentar acalmar os temores.


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