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Oposição conta com publicidade da CPI à sociedade
CLÁUDIA TREVISAN
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
A oposição perdeu na votação da escolha do presidente da
CPI Mista dos Correios, mas
mostrou que está unida e é capaz de arregimentar votos no
exército governista. Apesar de
não controlar os dois postos-chave da comissão, o grupo
conta com a publicidade das
investigações para sepultar
eventuais tentativas oficiais de
restringir as investigações.
A tropa de choque antigovernista reúne extremos, do conservador PFL ao esquerdista
PSOL, da senadora Heloísa Helena, e inclui ainda PSDB, PDT
e parte do PPS. "Estamos
atuando em bloco", disse o deputado tucano Eduardo Paes.
Para o senador José Agripino
Maia, líder do PFL, a apertada
vitória do governo na eleição
do presidente é uma indicação
da dificuldade de implementação de qualquer plano de controle das investigações.
A própria dinâmica da CPI
inviabilizará o domínio de suas
atividades pelos governistas.
As votações a partir de agora
não serão mais secretas e eles
terão de declarar seus votos em
sessões abertas, acompanhadas ao vivo pela imprensa.
"Se alguém quiser ser muito
esperto nessa investigação, se
arrebenta, porque todo mundo
vai estar de olho", disse o deputado Gustavo Fruet (PSDB). "A
pureza dos depoimentos vai
ser total e os fatos vão adquirir
vida própria", disse Maia.
A senadora Heloísa Helena
ressaltou que os trabalhos estarão o tempo todo sujeitos à fiscalização da sociedade e da imprensa. "Se algum parlamentar
impedir a votação de um requerimento, será considerado
suspeito, omisso e conivente."
Os líderes do PFL e do PSDB
realizam hoje reunião com seus
integrantes na CPI para definir
os passos que serão adotados.
Arthur Virgílio, líder do PSDB
no Senado, disse que o colégio
de líderes acompanhará de
perto os trabalhos da CPI.
Virgílio criticou o fato de a
CPI ter marcado na terça a sessão para votar pedidos de convocação de testemunhas e quebras de sigilo -o que poderia
ter sido feito ontem, diz ele.
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