São Paulo, quinta-feira, 16 de junho de 2005

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Oposição conta com publicidade da CPI à sociedade

CLÁUDIA TREVISAN
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

A oposição perdeu na votação da escolha do presidente da CPI Mista dos Correios, mas mostrou que está unida e é capaz de arregimentar votos no exército governista. Apesar de não controlar os dois postos-chave da comissão, o grupo conta com a publicidade das investigações para sepultar eventuais tentativas oficiais de restringir as investigações.
A tropa de choque antigovernista reúne extremos, do conservador PFL ao esquerdista PSOL, da senadora Heloísa Helena, e inclui ainda PSDB, PDT e parte do PPS. "Estamos atuando em bloco", disse o deputado tucano Eduardo Paes.
Para o senador José Agripino Maia, líder do PFL, a apertada vitória do governo na eleição do presidente é uma indicação da dificuldade de implementação de qualquer plano de controle das investigações.
A própria dinâmica da CPI inviabilizará o domínio de suas atividades pelos governistas. As votações a partir de agora não serão mais secretas e eles terão de declarar seus votos em sessões abertas, acompanhadas ao vivo pela imprensa.
"Se alguém quiser ser muito esperto nessa investigação, se arrebenta, porque todo mundo vai estar de olho", disse o deputado Gustavo Fruet (PSDB). "A pureza dos depoimentos vai ser total e os fatos vão adquirir vida própria", disse Maia.
A senadora Heloísa Helena ressaltou que os trabalhos estarão o tempo todo sujeitos à fiscalização da sociedade e da imprensa. "Se algum parlamentar impedir a votação de um requerimento, será considerado suspeito, omisso e conivente."
Os líderes do PFL e do PSDB realizam hoje reunião com seus integrantes na CPI para definir os passos que serão adotados. Arthur Virgílio, líder do PSDB no Senado, disse que o colégio de líderes acompanhará de perto os trabalhos da CPI.
Virgílio criticou o fato de a CPI ter marcado na terça a sessão para votar pedidos de convocação de testemunhas e quebras de sigilo -o que poderia ter sido feito ontem, diz ele.


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