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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/CPI
Senador foi ministro de Itamar Franco, diretor da Petrobras no governo FHC e só entrou no PT em 2001, com apoio de Zeca do PT
Presidente da CPI tem vínculo com Dirceu
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
O senador Delcídio Amaral Gomez (PT-MS), 50, teve ligação
com PFL e PMDB. Namorou os
tucanos, mas entrou no PT em
2001, como ele mesmo diz, pelas
mãos do ministro José Dirceu
(Casa Civil) e do presidente Lula.
No currículo de Delcídio pesa
uma condenação em 1999 pelo
TRF (Tribunal Regional Federal),
da 4ª Região em Porto Alegre
(RS), por crime de improbidade
administrativa em ação movida
pelo Ministério Público Federal.
Ele se livrou totalmente dessa
ação em maio deste ano. A pena,
suspensa em novembro de 2004
pelo STJ (Superior Tribunal de
Justiça), foi a perda dos direitos
políticos por cinco anos e ressarcimento de dano a órgão público.
Em setembro de 1994, Delcídio
assumiu o Ministério das Minas e
Energia no governo Itamar Franco, após o afastamento de Alexis
Stepanenko, acusado de favorecer
a candidatura de Fernando Henrique Cardoso à Presidência.
Delcídio tornou-se ministro,
mas continuou recebendo como
diretor financeiro da Eletrosul
(cargo que ocupava desde 1991),
daí o suposto crime apontado pela Procuradoria. O STJ decidiu
que não houve dano ao erário em
2004, mas Delcídio ainda recorreu
para garantir que não haveria perda de direito políticos por cinco
anos. A decisão favorável ao senador só saiu em maio deste ano.
Carreira
Natural de Corumbá (MS),
Amaral se formou em engenharia
elétrica. Trabalhou na General
Eletric (1976-1977), Themag
(1978-1982) e Eletronorte (1983-1990), tendo participado da construção e montagem da usina de
Tucuruí, no Pará.
Em 1990, transferiu-se para a Billiton Metais (Grupo Shell). Retornou ao Brasil em 1991, no governo Fernando Collor, para assumir uma diretoria da Eletrosul,
trabalhando no planejamento
energético da região Sul.
No governo Fernando Henrique Cardoso, seu nome foi cogitado para a presidência da Eletrobrás, mas houve resistências a seu
nome. Com amigos pefelistas e
tucanos, chegou a filiar-se ao
PSDB e teve sua inscrição abonada por Sérgio Motta, mas, segundo ele, o documento jamais chegou ao cartório para registro.
Acabou reassumindo a diretoria de Finanças da Eletrosul em
1995 e, em 1997, foi nomeado presidente do Conselho de Administração da Enersul (Empresa Energética de Mato Grosso do Sul).
Em 1999, por indicação do então senador Jader Barbalho
(PMDB-PA), que na época era o
presidente do PMDB, tornou-se
diretor de Gás e Energia da Petrobras. Em 2001, deixou a estatal a
convite do governador Zeca do
PT (MS) para assumir a Secretaria
de Estado de Infra-Estrutura e
Habitação. Filiou-se ao PT e, com
o apoio do governador, foi lançado candidato ao Senado em 2002.
Foi eleito com 496.879 votos
(25,8%), obtendo a segundo vaga
em disputa naquele ano (em primeiro ficou Ramez Tebet, do
PMDB, com 38,2%), derrotando
um dos favoritos, o ex-governador Pedro Pedrossian (que teve
apenas 22% dos votos).
Tomou posse em 2003. Em fevereiro deste ano, tornou-se líder do
PT no Senado Federal.
(LEILA SUWWAN E HUDSON CORRÊA)
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