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Tucanos negam ter recebido dinheiro e acusam governo de exploração política
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Tucanos citados na "lista de
Furnas" negam recebimento
de dinheiro e acusam o governo
de exploração política. Para
parlamentares do partido, não
é só coincidência a convocação
do depoimento do publicitário
Marcos Valério de Souza sobre
sua relação com o PSDB de Minas Gerais no mesmo dia da divulgação de um laudo atestando a autenticidade da lista.
"Se existe um laudo da Polícia Federal atestando aquilo, é
mais uma escroquice [sic] do
governo, com o carimbo do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos", reagiu o vereador
José Aníbal (SP), chamando o
ministro da Justiça de "guarda
do governo" e negando ser beneficiário de R$ 500 mil.
Para o deputado Walter
Feldman (PSDB-SP), "hoje
existe uma investida do PT
contra o PSDB" e a lista é o único instrumento de que o governo federal dispõe para tentar
nivelar os dois partidos. "É a
nova carga do pessoal do PT para tentar começar o jogo eleitoral mostrando que todo mundo
foi igual", afirmou Feldman, dizendo-se tranqüilo.
"A lista é muito inconsistente", afirmou ele, que, pela lista,
teria recebido R$ 100 mil.
Alegando que a lista é produto de montagem -"segundo
um laudo oficial, as páginas são
diferentes"-, o ex-deputado
Sílvio Torres (SP) também endossa a idéia de que essa é uma
tentativa do PT para descredenciar o PSDB. Na "lista de
Furnas", ele figura como destinatário de R$ 50 mil.
"Essa lista é uma farsa que
estava morta e sepultada. Aí,
reaparece. Deve ter uma razão,
a de colocar tudo no mesmo patamar", disse o ex-deputado.
Secretário do governo Aécio
Neves (MG), Danilo de Castro
afirma que é "uma coisa orquestrada, em reação ao acirramento da campanha". Segundo
ele, sempre que a oposição faz
algum movimento, como a convenção ou a propaganda do
PFL, "tem uma resposta desse
tipo". "Considero quase uma
chantagem", disse ele.
Procurados, Aécio e o ex-governador Geraldo Alckmin não
foram encontrados. Segundo a
assessoria, o ex-prefeito José
Serra estava em viagem.
Os tucanos se queixam do
ministro da Justiça. Na quarta-feira, o líder do PSDB, Jutahy
Magalhães (BA), reclamou ao
ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) da presença de Bastos na convenção do
PT em São Paulo. Para ele, o
ministro -superior hierárquico da PF- não deveria estar lá.
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