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Lula autoriza Serra a elevar a dívida de SP em R$ 1,4 bi
Teto de empréstimos sobe para R$ 11,6 bi; Estado pode obter 6 financiamentos neste ano
Governador diz que relação administrativa com Lula é muito boa: "Não tem tido nenhuma discriminação
em relação a São Paulo"
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Cinco dias após audiência do
governador de São Paulo, José
Serra (PSDB), com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT), o governo federal autorizou ontem a ampliação do teto
de endividamento do Estado
em mais R$ 1,384 bilhão.
Graças à revisão, o limite passou para R$ 11,6 bilhões e o governo Serra poderá fechar seis
novos empréstimos este ano.
Carimbados para investimentos, os recursos serão gastos no
ano eleitoral de 2010.
No ano que vem, a meta de
investimentos (obras e novos
projetos) do governo de São
Paulo é de R$ 23 bilhões.
O acordo foi selado ontem
durante visita do ministro da
Fazenda, Guido Mantega, ao
governador Serra. Essa é a
quarta vez que a União amplia a
capacidade de endividamento
do governo paulista. Dos R$
11,6 bilhões autorizados, o Estado já obteve cerca de R$ 5 bilhões. Outros R$ 6 bilhões deverão ser contratados até 2010.
Embora a revisão esteja dentro dos limites da LRF (Lei de
Responsabilidade Fiscal), o
próprio Serra reconhece que o
presidente Lula poderia "brecar" a negociação. Mas, diz, não
há perseguição: "Temos tido
uma relação de cooperação
com o governo do presidente
Lula, em matéria administrativa, muito boa. Não tem tido nenhuma discriminação em relação a São Paulo. Temos tido
uma interação positiva. Cada
um tem feito sua parte corretamente. Também trabalhamos
corretamente".
Serra admitiu que o ajuste foi
objeto de conversa com Lula na
semana passada. No encontro,
o presidente concordou em antecipar em um ano a liberação
da parcela de R$ 250 milhões
para obras do Rodoanel.
Em compensação, frisam os
tucanos, Serra tem apoiado as
medidas adotadas pelo governo
federal para enfrentamento da
crise. A reação, dizem, poderia
ser bem mais agressiva.
Dos seis novos empréstimos
a ser contratados, quatro serão
financiados por agentes federais: três do BNDES e um da
Caixa Econômica Federal. Entre eles está o que prevê R$ 766
milhões para as obras civis da
linha 5 do metrô de São Paulo.
A contratação de empréstimo com agentes financeiros é
uma maneira de garantir recursos para obras, com condições e
prazo de pagamento mais leves
do que com os bancos privados.
Contraída agora, a dívida é
paga pelos sucessores. "A intenção é contratar este ano para gastar a partir do ano que
vem", explicou o secretário da
Fazenda, Mauro Ricardo Costa.
Hoje, a dívida de São Paulo
soma R$ 124,3 bilhões, R$ 44,2
milhões abaixo do limite fixado
pela LRF (de até duas vezes a
receita de cada Estado).
"Estamos explorando todas
as possibilidades de recursos
para investir. Graças à qualidade da equipe, temos sido bastante criativos", disse Serra.
O plano de Serra é investir R$
66 bilhões em quatro anos de
mandato, 280% a mais do que
no governo Alckmin/Lembo.
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