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Perito de candidato
do PP contesta laudo
DA REPORTAGEM LOCAL
O grafotécnico Celso del Picchia, contratado por Paulo Maluf,
criticou ontem o trabalho dos
dois peritos contratados pelo Ministério Público de São Paulo,
que, há dois dias, atribuíram ao
ex-prefeito as assinaturas em documentos bancários no exterior.
"Eu não concordo com o laudo
de Edmundo Braun, mas respeito
porque ele é da área. Mas o do Ricardo Molina... Ele trabalha com
fonética. Não dá para colocar o
Felipão para ser o técnico de uma
equipe de vôlei", disse Picchia.
A divergência começou anteontem, quando Braun e Molina divulgaram laudos que contrariavam o de Del Picchia.
Os peritos analisaram uma carta escrita em inglês e dirigida ao
Banco UBS de Zurique (Suíça),
datada de 16 de dezembro de
1996, último mês de Maluf como
prefeito de São Paulo (1993-1996).
Pelo texto, pede-se a transferência
dos valores depositados em nome
da White Gold Foundation para
um conta aberta em Londres em
nome da Durant International. A
carta é uma fotocópia. A original
está guardada no UBS de Zurique.
De acordo com o Ministério Público, a carta, que foi enviada ao
Brasil pela Justiça da Suíça, prova
que Paulo Maluf tem conta no exterior. O ex-prefeito, no entanto,
nega e atribui as acusações a perseguição política.
Del Picchia, contratado por Maluf, disse que não é possível dizer
se a carta é verdadeira ou falsa, já
que se trata de uma fotocópia.
"É uma temeridade dizer que o
documento é original com base
nesta fotocópia. O meu laudo é
conclusivo no sentido de que não
se pode concluir", disse Del Picchia. E completou: "Se o original
existe, para que essa celeuma?".
A coletiva do perito ontem foi
acompanhada por Maluf.
Os dois peritos contratados pelo
Ministério Público informaram,
anteontem, não terem dúvida de
que a carta foi assinada por Maluf.
Molina afirmou não existir indícios de falsificação do material.
Molina
A assessoria de Paulo Maluf distribuiu uma nota à imprensa informando que Molina foi demitido da Unicamp por suposto desvio de dinheiro público.
Procurado ontem pela Folha,
Molina afirmou que apenas apontou os erros do laudo de Del Picchia. Disse ainda, de forma irônica, que compreende a "limitação"
do colega, que teve uma formação
do século 19.
Sobre sua situação na Unicamp,
apresentou decisão judicial que
suspendeu a demissão e o colocou
de volta nos quadros de docentes
da universidade.
"Não há nenhuma dúvida de
que a assinatura é de Maluf",
completou Molina, que já atuou
em casos polêmicos (no laudo sobre o assassinato da deputada Ceci Cunha, em 1999, e na identificação de voz de Suzana Marcolino,
namorada de Paulo César Farias,
em 1996).
A Promotoria informou que o
assunto está encerrado, tendo em
vista as conclusões, segundo o órgão, "contundentes" dos dois peritos contratados pelo Ministério
Público do Estado de São Paulo.
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