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PT prepara reforma para pagar dívidas
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O novo comando do PT prepara
uma reforma administrativa para
o pagamento de dívidas do partido, que somam R$ 20,4 milhões,
fora aplicação de juros e multa.
O pacote de medidas, a ser apresentado na próxima terça-feira à
Executiva Nacional, vai incluir a
renegociação das dívidas e a revisão de contratos -como o aluguel da sede de Brasília e de edifícios vizinhos ao Diretório Nacional, em São Paulo-, além de uma
redução de pessoal e da frota de
carros.
Nem a moratória está descartada. E, desde o início da semana,
quando assumiu a tarefa, o tesoureiro do PT, José Pimentel, determinou a suspensão "dos pagamentos de rotina" para submeter
os contratos a um pente fino.
A retomada dos pagamentos,
segundo o novo secretário-geral
do PT, Ricardo Berzoini, vai depender do "fluxo" de caixa. A integrantes da Executiva Nacional,
Pimentel alegou que a disponibilidade de caixa era baixa.
"Suspendemos as obrigações
até o dia 19", disse Pimentel na
manhã de ontem, acrescentando,
à noite, que a medida se restringiu
"basicamente" a dívidas de 2004,
como os R$ 350 mil devidos ao
empresário mineiro Marcos Valério de Souza.
Segundo o secretário-geral do
partido, "os pagamentos estão
suspensos até porque não há dinheiro". Para Berzoini, "houve
exageros e falta de planejamento".
Ele afirmou ser devido a isso
que o PT está "tomando medidas
para que esse descontrole não se
perpetue".
No ano passado, os gastos com
pessoal chegaram a R$ 4,6 milhões. Com aluguéis de imóveis e
condomínio, gastou-se valor na
ordem de R$ 747,8 mil. Já as despesas com transportes e viagens
consumiram R$ 4,7 milhões. As
despesas com eventos foram de
R$ 1,4 milhão.
Em 2004, o total das despesas
foram de R$ 68.589.264,52. A arrecadação do PT no ano passado
foi de R$ R$ 48.109.941,18. O déficit do partido foi, então, de R$
20.479.323,34. Corrigida, essa dívida chegaria hoje a cerca de
R$ 30 milhões.
"Como diria meu pai, dinheiro
não dá em árvore", disse Ricardo
Berzoini, secretário-geral do PT.
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