São Paulo, sábado, 16 de julho de 2005

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PT prepara reforma para pagar dívidas

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O novo comando do PT prepara uma reforma administrativa para o pagamento de dívidas do partido, que somam R$ 20,4 milhões, fora aplicação de juros e multa.
O pacote de medidas, a ser apresentado na próxima terça-feira à Executiva Nacional, vai incluir a renegociação das dívidas e a revisão de contratos -como o aluguel da sede de Brasília e de edifícios vizinhos ao Diretório Nacional, em São Paulo-, além de uma redução de pessoal e da frota de carros.
Nem a moratória está descartada. E, desde o início da semana, quando assumiu a tarefa, o tesoureiro do PT, José Pimentel, determinou a suspensão "dos pagamentos de rotina" para submeter os contratos a um pente fino.
A retomada dos pagamentos, segundo o novo secretário-geral do PT, Ricardo Berzoini, vai depender do "fluxo" de caixa. A integrantes da Executiva Nacional, Pimentel alegou que a disponibilidade de caixa era baixa.
"Suspendemos as obrigações até o dia 19", disse Pimentel na manhã de ontem, acrescentando, à noite, que a medida se restringiu "basicamente" a dívidas de 2004, como os R$ 350 mil devidos ao empresário mineiro Marcos Valério de Souza.
Segundo o secretário-geral do partido, "os pagamentos estão suspensos até porque não há dinheiro". Para Berzoini, "houve exageros e falta de planejamento".
Ele afirmou ser devido a isso que o PT está "tomando medidas para que esse descontrole não se perpetue".
No ano passado, os gastos com pessoal chegaram a R$ 4,6 milhões. Com aluguéis de imóveis e condomínio, gastou-se valor na ordem de R$ 747,8 mil. Já as despesas com transportes e viagens consumiram R$ 4,7 milhões. As despesas com eventos foram de R$ 1,4 milhão.
Em 2004, o total das despesas foram de R$ 68.589.264,52. A arrecadação do PT no ano passado foi de R$ R$ 48.109.941,18. O déficit do partido foi, então, de R$ 20.479.323,34. Corrigida, essa dívida chegaria hoje a cerca de R$ 30 milhões.
"Como diria meu pai, dinheiro não dá em árvore", disse Ricardo Berzoini, secretário-geral do PT.


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