DA REPORTAGEM LOCAL

Enclausurado desde o episódio da violação do sigilo do caseiro Francenildo Costa, o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci se prepara para voltar à vida pública no início do próximo mês, mas distante de Ribeirão Preto (SP), cidade onde pavimentou sua carreira política.
Candidato a deputado federal, o petista planeja concentrar sua campanha na capital e contar com o apoio da ex-prefeita Marta Suplicy e da cúpula do partido. Ele alugou imóvel próximo à Assembléia Legislativa para seu comitê.
Além de atingir o eleitorado pobre da capital pelas mãos da ex-prefeita, Palocci também deve ter uma pulverização de votos por todo o Estado com uma série de "dobradinhas" com deputados estaduais.
Em Ribeirão, onde foi vereador e duas vezes prefeito, entretanto, ele deve fazer dobradinha com o vereador Beto Cangussu somente por determinação do partido. Petistas reclamam do menosprezo de Palocci e de alguns de seus assessores quando estavam no Ministério da Fazenda.
Para voltar ao cargo que ocupou em 1998, Palocci deve adotar um "discurso de ministro": dizer que promoveu a estabilidade econômica, controlou a inflação e, dessa forma, ajudou as camadas populares com redução o custo da cesta básica.
Além de ser a chance de um novo começo, a vitória livrará Palocci de ser julgado na primeira instância da Justiça. Ele foi indiciado pela Polícia Federal pela quebra do sigilo de Francenildo e também, pela Polícia Civil de São Paulo, por suposta participação em esquema de fraude em contratos com a empreiteira Leão Leão. (ROGÉRIO PAGNAN e JOSÉ ALBERTO BOMBIG)

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