São Paulo, segunda-feira, 16 de julho de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE painel@uol.com.br

Falta um voluntário

A maior dificuldade de Renan Calheiros (PMDB-AL) até amanhã será encontrar um senador disposto a protagonizar a nova manobra que adiaria para agosto a perícia completa da Polícia Federal em seus documentos de compra e venda de gado. O escolhido para pedir vistas do ofício do Conselho de Ética que amplia a investigação, Magno Malta (PR-ES), disse a pelo menos dois senadores que não deve topar a missão.
Caso Magno ceda, caberá ao vice-presidente, Tião Viana (PT-AC), sem consulta aos demais membros da Mesa Diretora, conceder o prazo. "Já está na fase de cada um colocar a cara e assumir suas responsabilidades. Está na hora de avançar com esse processo", diz o terceiro-secretário, César Borges (DEM-BA).

Eu sou você. Magno Malta foi escolhido como alvo da pressão de Renan porque, da Mesa Diretora, é o mais suscetível ao argumento do "massacre" que o peemedebista alega estar sofrendo, pois já respondeu a processo no Conselho de Ética.

De volta. O segundo vice-presidente do Senado, Álvaro Dias (PSDB-PR), que tirou licença médica de quatro meses, deve antecipar sua volta à Casa para participar amanhã da reunião da Mesa que decidirá o futuro de Renan.

Pró-divisão 1. O relator da proposta de prorrogação da CPMF na Comissão de Constituição e Justiça, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), protocolou na noite da última quinta seu relatório. Acatou a continuidade do imposto, mas também a emenda que propõe dividir a arrecadação com Estados e municípios.

Pró-divisão 2. Cunha recorreu à analogia com a Cide, a contribuição que incide sobre os combustíveis e que já é partilhada, para decidir pela admissibilidade da divisão da CPMF. Diz que, no PMDB governista, a tendência é aprovar a partilha em plenário, pois existe "pressão enorme de governadores e prefeitos".

Ameaça. A empreiteira Odebrecht teme que o governo impeça as estatais de energia, como Furnas, de compor consórcios para participar do leilão para a construção das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira.

Ninguém tasca. A Odebrecht pode ir à Justiça para assegurar a manutenção do consórcio com Furnas, responsável pela elaboração do projeto das usinas. A empreiteira avalia que há informações empresariais compartilhadas entre as parceiras.

CPI da vaia. Desde sexta empenhados em comprovar que a vaia sofrida por Lula na abertura do Pan foi orquestrada, assessores do presidente argumentam que uma das provas da premeditação é que o protesto já aparecera no ensaio da cerimônia, dias antes.

Fla x Flu. A vaia azedou de vez o clima entre os estafes de Lula e de Cesar Maia (DEM). Antes do incidente, convidados do prefeito haviam se sentado nos lugares reservados aos ministros Tarso Genro (Justiça) e Dilma Rousseff (Casa Civil), que tiveram de ficar nas fileiras de trás.

Trator. O ex-Campo Majoritário, que fez 51% dos delegados de São Paulo no Congresso do PT, tenta acordo com as alas ligadas a Marta Suplicy e Arlindo Chinaglia para isolar a Mensagem, de Tarso Genro, que só teve 8% no Estado.

Navalha 1. A Polícia Federal informou ao procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, de que há indícios de envolvimento do ex-deputado Luiz Piauhylino (PE) no esquema de fraude a licitações comandado pela construtora Gautama.

Navalha 2. A PF diz que, em março de 2006, Piauhylino teria recebido R$ 20 mil da Gautama. Na agenda do diretor financeiro da empreiteira, Gil Jacó Carvalho Santos, consta a seguinte inscrição: ""Piauhylino -20.000 ok".

Tiroteio

Não dá para aceitar revolta de partidos que já estão mais do que gordos. De agora em diante, quem não está com o governo é chantagista.


Do vice-líder do governo BETO ALBUQUERQUE (PSB-RS) sobre a rebelião de partidos da base aliada, que ameaçam não votar a CPMF caso o governo não conclua as nomeações de seus indicados para ocupar cargos no segundo escalão.

Contraponto

Amarelou

Conhecido por gostar de polêmicas, o deputado Silvio Costa (PMN-PE) foi convidado pelo colega Fábio Ramalho (PV-MG) a integrar um grupo que atuaria na defesa de Renan Calheiros (AL) caso o peemedebista insistisse em enfrentar a oposição na sessão conjunta do Congresso de semana passada, o que acabou não acontecendo.
-Silvio, o ministro pediu para a gente escalar um time aqui na Câmara-, disse Ramalho, referindo-se ao titular de Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia.
Sem graça, Costa respondeu:
-Fábio, peça desculpas ao ministro, mas dessa vez prefiro ficar no banco de reservas...


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