São Paulo, quarta-feira, 16 de julho de 2008

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Dantas tentava "apagar vestígio" em fundo, diz PF

EM SÃO PAULO

O relatório da Polícia Federal que embasou os pedidos de prisão da Operação Satiagraha, entregue no final de junho ao Ministério Público Federal, afirma que o banco Opportunity, de Daniel Dantas, tenta "apagar os vestígios" de supostas irregularidades financeiras no fundo Opportunity nas Ilhas Cayman com a criação de um novo fundo de investimentos, o Unique Fund.
De acordo com o delegado Protógenes Queiroz, que assina o documento, o banco tenta transferir a carteira de investidores brasileiros do Opportunity Fund, sob investigação, para o Unique, fundo de investimento "sem qualquer passagem no noticiário policial, investigações e livre de qualquer mácula de processos judiciais".
O objetivo, conclui o delegado, é livrar o banco e os cerca de cem investidores brasileiros que teriam aplicado no Opportunity Fund em desacordo com a legislação. Segundo a PF, a lei permitia as aplicações apenas a residentes no exterior. Os cotistas eram beneficiados por isenção de IR.
Segundo o relatório da PF, o novo fundo "é criado nos mesmos moldes do Opportunity Fund, ou seja, com estrutura de um fundo guarda-chuva, com diversos subfundos e investimentos no mercado de ações brasileiro.
De acordo com o delegado, Norberto Tomaz, suposto "homem de inteira confiança" de Dantas, seria o responsável por tentar transferir a carteira de investidores do Opportunity Fund para o Unique Fund.
No relatório, o delegado levanta outra série de suspeitas, sem explicitar de onde as tirou. Fala da suspeita de um "comando central" acima de Dantas e do investidor Naji Nahas, os dois que são apontados por ele como os "chefes", os "capos", da suposta organização criminosa.
Procurada, a assessoria do Opportunity não respondeu à reportagem ontem.


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