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PFL reage e critica a "falta de ética"
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os principais líderes do PFL na
Câmara e no Senado reagiram
ontem às declarações dos ministros afirmando que o governo é
quem estaria faltando com a ética
ao defender posições supostamente divergentes daquelas feitas
durante a campanha eleitoral.
O presidente nacional do partido, senador Jorge Bornhausen
(SC), voltou a acusar o PT de "estelionato eleitoral" e disse que o
governo é o responsável pela "penúria" dos Estados e dos municípios. "Falta ética a quem cometeu
um vergonhoso estelionato eleitoral. Prometeu, em campanha,
grandes mudanças, mas jogou o
discurso na lata do lixo. Agora,
autoritariamente, não quer aceitar a existência de uma oposição",
afirmou o senador pefelista.
"Responsabilizamos, sim, o governo Lula pela penúria dos Estados e dos municípios porque ele
levou o país à recessão e ao desemprego", completou ele.
Os pefelistas ouvidos pela Folha
disseram que continuarão defendendo a partilha de tributos com
Estados e municípios e que contam, nesta causa, com o apoio de
vários partidos, inclusive aliados.
O PFL -que externou sua posição pró-partilha em encontro realizado anteontem com prefeitos
da legenda- possui 69 dos 513
deputados e 18 dos 81 senadores.
Apesar de dividido entre uma ala
de oposição e outra governista, liderada pelo senador Antonio
Carlos Magalhães (BA), o partido
tem causado transtornos ao governo, na Câmara, ao patrocinar
horas de obstrução em votações
de interesse do Planalto.
Na reforma previdenciária, o
governo teve que ceder a exigências do PFL para assegurar a manutenção no texto da redução das
novas pensões, já que as defecções
aliadas ameaçavam a proposta.
De acordo com o deputado José
Carlos Aleluia (BA), líder da bancada pefelista na Câmara, a entrevista de José Dirceu e Antonio Palocci Filho é um sinal claro de que
o partido tem força para influir na
tramitação da reforma tributária.
"A preocupação do governo é
que o PFL faz uma oposição eficiente e apresenta teses fortes. Vamos começar a combater [a proposta] na comissão [especial da
Câmara, onde tramita atualmente
a reforma], depois vamos para o
plenário e para o Senado."
Segundo ele, grande parte do
PMDB na Casa também é favorável à causa. "O Palocci e o Dirceu
têm que entender que somos oposição, não vamos aceitar concentração exagerada de receitas."
O senador Agripino Maia (RN),
líder da bancada no Senado, considerou as palavras dos ministros
uma reação a um assunto "explosivo". Segundo ele, os ministros
estão "redondamente enganados" ao atribuírem ao PFL a defesa da partilha de tributos.
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