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São Paulo, sábado, 16 de agosto de 2003

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PFL reage e critica a "falta de ética"

RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os principais líderes do PFL na Câmara e no Senado reagiram ontem às declarações dos ministros afirmando que o governo é quem estaria faltando com a ética ao defender posições supostamente divergentes daquelas feitas durante a campanha eleitoral.
O presidente nacional do partido, senador Jorge Bornhausen (SC), voltou a acusar o PT de "estelionato eleitoral" e disse que o governo é o responsável pela "penúria" dos Estados e dos municípios. "Falta ética a quem cometeu um vergonhoso estelionato eleitoral. Prometeu, em campanha, grandes mudanças, mas jogou o discurso na lata do lixo. Agora, autoritariamente, não quer aceitar a existência de uma oposição", afirmou o senador pefelista.
"Responsabilizamos, sim, o governo Lula pela penúria dos Estados e dos municípios porque ele levou o país à recessão e ao desemprego", completou ele.
Os pefelistas ouvidos pela Folha disseram que continuarão defendendo a partilha de tributos com Estados e municípios e que contam, nesta causa, com o apoio de vários partidos, inclusive aliados.
O PFL -que externou sua posição pró-partilha em encontro realizado anteontem com prefeitos da legenda- possui 69 dos 513 deputados e 18 dos 81 senadores. Apesar de dividido entre uma ala de oposição e outra governista, liderada pelo senador Antonio Carlos Magalhães (BA), o partido tem causado transtornos ao governo, na Câmara, ao patrocinar horas de obstrução em votações de interesse do Planalto.
Na reforma previdenciária, o governo teve que ceder a exigências do PFL para assegurar a manutenção no texto da redução das novas pensões, já que as defecções aliadas ameaçavam a proposta.
De acordo com o deputado José Carlos Aleluia (BA), líder da bancada pefelista na Câmara, a entrevista de José Dirceu e Antonio Palocci Filho é um sinal claro de que o partido tem força para influir na tramitação da reforma tributária.
"A preocupação do governo é que o PFL faz uma oposição eficiente e apresenta teses fortes. Vamos começar a combater [a proposta] na comissão [especial da Câmara, onde tramita atualmente a reforma], depois vamos para o plenário e para o Senado."
Segundo ele, grande parte do PMDB na Casa também é favorável à causa. "O Palocci e o Dirceu têm que entender que somos oposição, não vamos aceitar concentração exagerada de receitas."
O senador Agripino Maia (RN), líder da bancada no Senado, considerou as palavras dos ministros uma reação a um assunto "explosivo". Segundo ele, os ministros estão "redondamente enganados" ao atribuírem ao PFL a defesa da partilha de tributos.


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